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  Repórteres fotográficos compartilham suas experiências na quarta aula do Descobrir São Paulo
Texto: João Paulo Brito / Fotos: Nivaldo Silva
  17/03/2013



Buscar um novo olhar sobre a cidade de São Paulo foi a mensagem deixada pelos repórteres fotográficos Ed Viggiani e Renatto d’Souza, que participaram da quarta aula do 6º Curso Descobrir São Paulo – Descobrir-se Repórter.


Realizada neste sábado, 16, no auditório Oscar Pedroso Horta da Câmara Municipal, a conferência de imprensa com os fotojornalistas, seguida por uma entrevista coletiva com os 32 alunos do curso, abordou o tema “São Paulo em imagens – Como construir a memória fotográfica da cidade”.

“Fotografar é exercitar permanentemente o olhar”, ressaltou o catarinense Renatto d’Souza, que possui 25 anos de carreira e diversos prêmios no currículo. “Buscamos sempre o novo, o inédito”, continuou.

Tendo como característica marcante em seu trabalho a leitura poética de imagens cotidianas da cidade, Renatto d’Souza diz que entrou na carreira aos 15 anos, fotografando festas de casamento e aos 20, movido por “questões políticas e sociais”, ingressou no jornalismo.

Experiente, o fotógrafo explicou que o olhar de cada um está condicionado a seu repertório de vida e às referências adquiridas. “Leiam e vejam muitas, mas muitas imagens antes de fotografar”, sugeriu Renatto.

Já Ed Viggiani, que além de fotógrafo é sociólogo, contou casos de sua carreira que mostram a importância da abordagem do repórter para se obter um bom resultado.

Antes de fazer um ensaio fotográfico sobre um povoado que mantém as tradições caipiras no Vale do Paraíba, Viggiani explicou que passou meses frequentando a região para se adequar ao ritmo e aos costumes do lugar até conseguir que sua presença se tornasse algo natural entre os moradores. “Essa experiência me exigiu grande delicadeza na abordagem, eles tinha um outro ritmo para fazer as coisas. Às vezes, eu tinha que ir, sentar, conversar, comer uma galinha cozida com eles, até que se sentissem a vontade para as fotos”.

As consequências do acumulo de funções

As críticas trazidas pelos repórteres fotográficos foram principalmente sobre as condições de trabalho em que a categoria está exposta. “Cada vez mais o fotógrafo tem que exercer outras funções além da fotografia, como escrever, filmar, fazer o trabalho do laboratorista [editar as fotos] e do bibliotecário [legendar e catalogá-las nos acervos de imagem das empresas]”, disse Viggiani.

O sociólogo alega que o acumulo de funções beneficia unicamente as empresas de comunicação e compromete a qualidade do trabalho do fotojornalista. “O repórter fotográfico tem que fazer várias pautas ao mesmo tempo e muitas vezes de editorias distintas, que ele não domina. É impossível o sujeito ter intimidade com todas as editorias.”

Com a chegada das máquinas fotográficas que possuem a função de filmar em alta qualidade e a migração de grande quantidade de fotógrafos para o audiovisual, algumas empresas de comunicação passaram a enviar seus repórteres fotográficos para fotografar e também filmar a mesma pauta.

“Temos um conflito grande quando o repórter vai filmar e fotografar. O problema é que a fotografia e o vídeo têm naturezas distintas: enquanto a fotografia procura a síntese, ou seja dizer em uma única imagem o ocorrido, o vídeo busca a decupação do assunto, ou seja, muitas imagens, o movimento, a dinâmica”.



Visita ao terraço do Palácio Anchieta

Após a coletiva com os fotógrafos, os estudantes foram convidados a subirem ao terraço do Palácio Anchieta (edifício da Câmara Municipal) para conhecer e fotografar São Paulo vista de cima.

Confira as imagens.

Confira a programação do curso completa aqui.

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Sobre o curso

O 6º Curso Descobrir São Paulo – Descobrir-se Repórter, que integra o Projeto Repórter do Futuro, é organizado pela OBORÉ Projetos Especiais em Comunicações e Artes em parceria com a Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo e ABRAJI – Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, e conta com o apoio do SINPRO/SP – Sindicato dos Professores de São Paulo, Cátedra UNESCO de Comunicação, Hospital Premier/MAIS – Modelo de Atenção Integral à Saúde, Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, IPFD – Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais, Matilha Cultural, NH Photos – Nivaldo Silva, KBR TEC Soluções Online e da Coordenação dos principais Cursos de Jornalismo de São Paulo: ECA/USP – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing, Faculdade Cásper Líbero, PUCSP – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Universidade Metodista de São Paulo e Universidade Presbiteriana Mackenzie. As revistas Brasil Atual, Caros Amigos, Fórum, Imprensa, Le Monde Diplomatique Brasil, Piauí, Samuel e o blog “O Xis da Questão – Mídia, Jornalismo e Atualidade” do Professor Chaparro também emprestam seu prestígio a esta iniciativa e colaboram de diversas formas para seu êxito.
 
 
 
   
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