Na noite do dia 27 de outubro, uma cerimônia especial aconteceu no Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, o TUCA. Palco de mobilizações e manifestações políticas na época da ditadura militar, o teatro desta vez foi invadido por centenas de pessoas que estavam prestes a celebrar a vitória da democracia, após anos de censura, torturas e perseguições. Na noite do dia 27 de outubro, às 19 horas, o TUCA sediava duas cerimônias históricas: o 30º Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos e a entrega do Troféu Especial de Imprensa ONU/60 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos/Prêmios Vladimir Herzog aos cinco jornalistas que mais se destacaram na cobertura dos direitos humanos no Brasil.
Mais de 300 pessoas acompanharam atentas as quase quatro horas de cerimônia. Entre os participantes, muitos jornalistas, estudantes, militantes dos direitos humanos, políticos, ex-presos políticos da ditadura militar e seus familiares.
A idéia do Troféu Especial de Imprensa nasceu no início deste ano, por iniciativa do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC-Rio) e da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) para celebrar os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Sergio Gomes, diretor da OBORÉ – empresa convidada para coordenar e organizar o Troféu –, contou como foi o processo de elaboração do prêmio especial. “No começo deste ano, se decidiu que os 60 anos da Declaração seriam comemorados com uma justa homenagem aos jornalistas que mais batalharam pela democracia e pelos direitos humanos no Brasil. A forma encontrada pela ONU e pela SEDH foi apoiar o Prêmio Vladimir Herzog e se apoiar nele”, disse.
Ao longo dos 29 anos, 553 jornalistas já ganharam o Prêmio Vladimir Herzog. Desses, 437 foram localizados pela Maxpress – empresa responsável pela busca e contato com os ganhadores das 29 edições do prêmio e pela construção de um ambiente de votação para o Troféu Especial – e 326 votaram em até cinco jornalistas de sua livre escolha. No resultado da votação, 365 comunicadores receberam pelo menos um voto. Os votados foram Caco Barcellos, Henfil, José Hamilton Ribeiro, Zuenir Ventura e Ricardo Kotscho. “Cada um receberá esta obra, o Vlado Vitorioso, em reconhecimento ao trabalho realizado na luta pelos direitos humanos. A partir de agora, esse Troféu não se reproduz mais. É único”, afirmou Gomes enquanto chamava os jornalistas para receber das mãos de Clarice Herzog, viúva de Vlado, o prêmio especial. Ivan de Souza, filho do grande cartunista Henfil, foi receber a homenagem em nome do pai, falecido em 1988.
“Nossas reportagens farão parte da hist&oa