| O jornalista Gilberto Dimenstein e o Secretário da Educação do Município de São Paulo, José Aristodemo Pinotti durante o talk show |
Tendo como proposta desenvolver programas que ampliem o espaço educativo, o Cidade Escola Aprendiz busca, através do modelo Bairro-Escola, integrar os agentes sociais e a comunidade transformando as cidades em comunidades educativas e assim, potencializar as possibilidades de aprendizagem e a melhoria da qualidade da educação pública.
"A educação não é uma responsabilidade só de governo, só das escolas. É uma responsabilidade também da comunidade e da família. O que o Aprendiz faz é criar mecanismos de gestão em que escola, comunidade e família se integrem criando um único ambiente de aprendizagem", afirma o jornalista Gilberto Dimenstein, mentor do projeto Aprendiz.
Experiências inovadoras
Na primeira parte do seminário foram reunidas experiências bem-sucedidas de integração entre escolas e comunidade. Em formato talk show, conduzido por Dimenstein, a primeira mesa teve a participação de Ivete Mitiko Sinamoto, diretora da Escola Estadual Rodrigues Alves que relatou como o envolvimento da comunidade e da iniciativa privada contribuíram para reformar o prédio da escola inaugurada em 1919.
Mitiko falou também como a escola, localizada na Avenida Paulista, voltou os olhos para as "trilhas educativas" que o seu entorno oferece, como o Instituto Itaú Cultural, Parque Trianon, o Museu de Artes de São Paulo - MASP. Aplicando o conceito Bairro-Escola, esses locais passaram a ser uma continuação das salas de aula contribuindo para aumentar o interesse dos alunos pela escola.
Cesar Callegari, Secretário de Educação do município de Taboão da Serra (Grande São Paulo) inovou criando a figura do "professor visitante" que periodicamente sai da sala de aula para visitar os alunos em suas casas. A iniciativa promove a aproximação entre a escola e as famílias e apresenta resultados positivos. "Dia de visita é dia de festa, as pessoas se preparam para receber os professores. Para as crianças é um momento mágico, eleva sua auto-estima", afirma Callegari.
Para Gabriel Chalita, Secretário da Educação do Estado de São Paulo, o "elemento afetivo é a alma da educação", por isso essas experiências dão certo. "A relação humana é essencial no processo educativo e quanto mais próxima estiver a escola da comunidade melhor os resultados". A Secretaria Estadual de Educação desenvolve o programa Escola da Família, que abre as escolas estaduais nos fins de semana e envolve hoje cerca de 30 mil universitários que monitoram as atividades.
"É um projeto premiado em muitos países. Hoje há vários Estados copiando o projeto e isso é ótimo. É uma idéia simples que trabalha não só a questão do conhecimento, mas da convivência, da superação dos limites, de uma educação que seja mais aberta, democrática e participativa", diz Chalita.
Bairro-escola inspira outras cidades