17/07/2008

Repórteres do futuro recebem Marco Antonio Coelho e discutem a relação da Vale do Rio Doce e a Amazônia

Nesta quinta-feira (17), se encerrou a série de palestras do Curso Preparatório do módulo Descobrir a Amazônia – Descobrir-se Repórter, do projeto Repórter do Futuro. O objetivo foi capacitar os estudantes que viajarão à Amazônia, de 21 a 25 de julho, com o máximo de informações contextualizadas sobre a região. Na sexta (18), o Ponto de Cultura Vila Buarque promove uma oficina de vídeo de bolso para que os estudantes aprendam a usar suas câmeras e produzam pequenos materiais multimídia durante a viagem. 

Nos três dias do Curso Preparatório, passaram pelo Centro de Imprensa/Redação-Escola da OBORÉ profissionais de várias áreas do conhecimento que trouxeram aos alunos diferentes olhares sobre os problemas e as perspectivas da região. Conheceram a visão do Exército, do Instituto Socioambiental, da Fundação Amazonas Sustentável e a visão de especialistas em geologia, química, biologia, antropologia e medicina.   

Marco Antonio Coelho (82) , jornalista e há oito anos editor-executivo da revista do Instituto de Estudos Avançados da USP, foi o convidado desta quinta. Falou, entre muitas outras coisas, sobre a história da Companhia Vale do Rio Doce. Há dois anos, Marco Antonio vinha estudando o Vale do rio Doce, em Minas Gerais. Foi quando se deu conta de que não podia deixar de lado o estudo da mineradora e seu impacto na região. Privatizada em 1997, no governo FHC, por módicos US$ 3,3 bilhões.  

Na época em que foi concretizada a privatização da Vale, Marco Antonio foi contra. Mas hoje, ele pondera seu ponto de vista anterior: só depois da privatização é que ela se desenvolveu. Dois anos depois da privatização, a empresa teve um lucro anual de mais de R$ 1,2 bilhão e hoje é uma das maiores empresas da indústria de mineração e metais no mundo.

O jornalista contou ainda sobre o processo de abertura da empresa, em 1942, falou sobre a descoberta de Carajás (PA), em 1967, a ocupação da região e suas complicações. “A montagem de Carajás foi complicada pois havia necessidade de um pessoal técnico enorme. A grande mão-de-obra teve de ser contratada. Carajás passou a ser uma cidade sitiada, porque ali era uma região não habitada. Tudo tinha que ser levado de avião até lá.”

Segundo ele, é fundamental entender a importância que a Vale do Rio Doce tem para a Amazônia. “Não só do ponto de vista de Carajás, mas do ponto de vista do alumínio. Depois do ferro, o metal mais importante para o Brasil é o alumínio por conta da infinita quantidade de coisas feitas com ele. E é na Amazônia que fica a segunda maior jazida de bauxita [minério que contém alumínio]. Essa descoberta interessou o