DIA 1: SEGUNDA-FEIRA (21) – MARABÁ (PA)
Expectativas e ralação na chegada
Tudo começou às 6h15 da manhã do dia 21 de julho. Mal amanhecia na capital paulista e um ônibus do Exército já esperava os estudantes na porta da OBORÉ para dar início à viagem de estudos. Uma leve brisa lembrava o frio da noite anterior. Aos poucos, um por um foi chegando e reunindo o grupo que faria parte dessa viagem. Quinze minutos depois, já no horário limite de saída, chega a última estudante e a comitiva sai rumo à Base Aérea de Guarulhos.
Em poucas horas, o cotidiano paulistano seria esquecido pelos estudantes. Naquele momento, porém, chegar a tempo era preciso e o trânsito, já um pouco lento no início da manhã, poderia não ajudar. Mas ajudou. Na hora certa todos estavam pesando e despachando suas bagagens. Somente 15 quilos eram permitidos. Às 8h26, após uma boa espera, o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu o grupo. Próxima parada: Brasília.
Na capital federal, depois de encontrar o grupo de militares que iriam acompanhar a viagem, um lanche foi servido antes da próxima decolagem. Ao meio-dia, com o tanque da aeronave cheio, a viagem continuou com destino a Marabá, no Pará. Já no vôo, muitas perguntas foram disparadas pelos estudantes aos militares que estavam a bordo. "Calma, gente. Assim vocês vão esgotar os assuntos das palestras", brinca o coronel Barboza, responsável pela organização da viagem.
Em Marabá, a recepção de uma temperatura de cerca de 35 graus assusta os estudantes que ainda vestiam seus casacos e cachecóis. "Nossa, que lugar quente", diz um. A frase seria repetida ao longo dos cinco dias de viagem – com mais ou menos intensidade. O general Araújo, comandante da 23ª Brigada de Infantaria de Selva, recebe os estudantes e após breves apresentações da cidade e do roteiro do dia, o primeiro deslocamento.
A bordo de cinco voadeiras, a equipe conhece o rio Tocantins, que corta a cidade, criada na época da exploração das castanheiras, há quase 100 anos. As palafitas na beira do rio retratam parte da miséria local: casas humildes, esgoto a céu aberto, nada de asfalto e muitos pés no chão. Apenas 30% da população de Marabá tem acesso a saneamento básico. A viagem continua e a travessia do imenso rio de águas escuras acontece.
De volta a terra firme, um caminhão do Exército espera para levar o grupo à Brigada de Infantaria de Selva de Marabá. A banda toca enquanto os estudantes desembarcam. Tudo está preparado para as apresentações do cotidiano militar: treinamento, instruções, estratégias e práticas. O fim da tarde é o momento da coletiva com o general. Ansiosos por informação, os alunos bombardeiam o comandante com as mais variadas perguntas. Desmatamento