Reconhecendo a importância do rádio na melhoria da Educação Brasileira - seja ela formal ou informal -, o Ministério da Educação decidiu reativar e ampliar, neste semestre, a Rede de Comunicadores pela Educação, projeto que teve início em 1997 e foi interrompido dois anos depois. E o início dessa retomada foi chamar para essa luta os radialistas das rádios comerciais, comunitárias e educativas das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do País.
Dentro dessa proposta, um importante passo foi dado entre os dias 29 de abril de 3 de junho: 464 radialistas participaram das 15 oficinas realizadas nesse período nas capitais dos seguintes estados: São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Curitiba.
As atividades foram coordenadas pela equipe da OBORÉ Projetos Especiais que, a serviço do MEC, percorreu lados diversos do País na tentativa de sensibilizar os comunicadores para os temas da Educação brasileira. Os comunicadores foram convidados a refletir sobre o processo que culminou na Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, e as peculiaridades dessa lei, que ainda não foram implementadas efetivamente na prática.
O objetivo dos encontros era também fornecer ao radialista subsídios para que ele exerça de fato seu papel de educomunicador e possa contribuir, no dia a dia de suas atividades, na divulgação de informações que estimulem o controle social da Educação, fiscalizando desde a verba destinada às escolas do município até a qualidade da merenda escolar.
Importante destacar que nossa Constituição defende o controle social como um caminho legítimo e indispensável na conquista de uma vida digna e plena para todos: isso refere-se não só à Educação, mas também às questões ligadas à Saúde, Habitação, Transporte, Segurança e tudo o mais que signifique conhecer os seus direitos e lutar para que eles sejam legitimamente conquistados.
“Eu aprendi como a gente deve inserir em nossos programas de rádio o tema Educação e como mobilizar a comunidade para esse tema. Assim, adultos e crianças entrarão na luta para uma educação de primeiríssima qualidade”, disse Idalvan Pereira dos Santos, da Rádio Comunitária Campo Novo, assentamento rural no município de Jequitinhonha, Minas Gerais.
Vanderson Cruz, da Rádio Belo Ramo, de Belo Horizonte, completa: “Estou levando a idéia de que não é só culpar as autoridades de Educação, de jogar a culpa no governo. Mas reunir a comunidade para desenvolver um trabalho conjunto. A oficina abriu muitas janelas para mim. Fiquei informado de como funciona a questão de distribuição de recursos, merenda, de como eu vou poder encaixar isso não minha rádio para ajudar a comunidade”
Para ele, a única deficiência foi a falta de tempo. “Foi muita coisa em um só dia”, disse. Aliás, essa foi a queixa da grande maioria dos participantes. Andiara da Trindade Paz, do grupo Tessituras Educacionais do Brasil, de Porto Alegre, afirma que “foi um dia com muito conteúdo para pensar e refletir e o único problema é a falta de um compromisso de continuidade desse trabalho”.
Jaqueline Oliveira, da Rádio