A comissão organizadora do
41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos divulgou nesta quarta, 21, que os jornalistas
Patrícia Campos Mello (Folha de S. Paulo) e
Glenn Greenwald (The Intercept Brasil) serão homenageados com o Prêmio Especial Vladimir Herzog 2019. Na categoria
in memoriam, o escolhido foi
Hermínio Sacchetta, ícone das antigas redações e de gerações inteiras de jornalistas brasileiros.
Vale lembrar que desde 2009 as instituições promotoras retomaram a proposta original do Prêmio, que previa homenagear a cada edição personalidades ou jornalistas com atuação destacada no período, assim como pelos relevantes serviços prestados às causas da Democracia, Paz e Justiça.
Nessas últimas quatro décadas já foram homenageados Lourenço Diaféria (
in memoriam), David de Moraes, Audálio Dantas, Elifas Andreato, Alberto Dines, Lúcio Flavio Pinto, Perseu Abramo (criador do Prêmio,
in memoriam), Marco Antônio Tavares Coelho, Raimundo Pereira, Sandra Passarinho, Rubens Paiva (
in memoriam), Mino Carta, Mauro Santayana, Daniel Herz (
in memoriam), Eduardo Galeano (
in memoriam), Elio Gaspari, Cláudio Abramo (
in memoriam), Tim Lopes (
in memoriam), D. Paulo Evaristo Arns (
in memoriam), Rose Nogueira e Bernardo Kucinski
Os homenageados de 2019
Patrícia Campos Mello atua como repórter especial e colunista da
Folha de S. Paulo. Foi recentemente agraciada com o Prêmio Internacional da Liberdade de Imprensa do Comitê de Proteção ao Jornalista após sofrer represálias e ameaças na internet por reportagem que denunciou crimes eleitorais na candidatura de Jair Bolsonaro à presidência. A homenagem especial desta edição do PVH refere-se não apenas à sua já importante trajetória no Jornalismo mas também pela coragem, resistência e persistência que demonstra ter nas adversidades da profissão – o que estimula a sua e as novas gerações a lutar pela liberdade de expressão e pelo direito à informação no Brasil.
Glenn Greenwald, advogado e jornalista, é um dos fundadores do
The Intercept Brasil - site responsável pela série de reportagens intitulada Vaza Jato, que evidencia condutas suspeitas do judiciário brasileiro a partir de conversas no aplicativo Telegram. Ganhou o Pulitzer de Jornalismo, em 2014, por artigos no The Guardian sobre o sistema de vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos denunciada por Edward Snowden. A homenagem do PVH deste ano é o reconhecimento da sua importante trajetória no Jornalismo e de sua vida de luta, coragem, resistência e persistência - exemplo para tantas gerações. Ao homenageá-lo, a Comissão também enaltece a aguerrida equipe do
The Intercept Brasil, cujo trabalho excepcional vem igualmente estimulando, em muitos níveis, a defesa da liberdade de expressão e do direito à informação em nosso país.
Hermínio Sacchetta começou carreira no jornalismo em 1928. Atuou em redações como as do Correio Paulistano, Folha da Manhã, Folha da Noite e Folha de S. Paulo. Militante político, foi editor do jornal A Classe Operária e preso na ditadura do Estado Novo. Por reconhecer que as trilhas que ligam política, sociedade, ética e jornalismo passam, necessariamente, pelo que já defendia o Velho Sacchetta – a Comissão entende que a homenagem do PVH dignifica ainda mais os propósitos e as lutas na esfera das liberdades democráticas.
O Prêmio Herzog
Considerado entre as mais significativas distinções jornalísticas do país, o Prêmio Vladimir Herzog reconhece, desde a sua primeira edição, em 1979, trabalhos que valorizam a Democracia e os Direitos Humanos.
Em 2019, teve recorde histórico de inscritos: foram 692 produções que já estão em avaliação pelos 33 jurados convidados em seis categorias: Artes (ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos), Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio e Produção jornalística em multimídia.
A divulgação dos finalistas está programada para o dia 27 de setembro e a escolha dos vencedores será em 11 de outubro, em sessão pública de julgamento na Sala Oscar Pedroso Horta da Câmara Municipal de São Paulo.
O
41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos é promovido e organizado por uma comissão constituída pelas seguintes instituições: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo – ABRAJI; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação – Intercom; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB Nacional; Ordem dos Advogados do Brasil - Secção São Paulo, coletivo Periferia em Movimento, Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil – UNIC Rio e Instituto Vladimir Herzog.
CALENDÁRIO
41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
·
Júri de seleção: 11 de agosto a 22 de setembro
·
Divulgação dos finalistas: 27 de setembro em
www.premiovladimirherzog.org
·
Júri de premiação e divulgação dos vencedores: 11 de outubro, sexta-feira, em sessão pública de julgamento na Câmara Municipal de São Paulo / Sala Oscar Pedroso Horta e transmissão ao vivo pela internet, das 10h às 14h, em
http://www.camara.sp.gov.br/transparencia/auditorios-online/
·
Roda de Conversa com os Ganhadores: 24 de outubro, quinta-feira, das 14h às 18h
·
Solenidade de premiação: 24 de outubro, quinta-feira, 20h
·
Local: TUCARENA – Rua Monte Alegre, 1024, Perdizes, São Paulo
Mais informações em
www.premiovladimirherzog.org