Palestra inicial do curso de Jornalismo e Direitos Humanos questiona a atuação do Brasil na ONU e na OEA
Na foto: André Deak (à esquerda), coordenador do módulo Jornalismo e Direitos Humanos, e a coordenadora de Política Externa da Conectas, Camila Asano
Camila Asano, formada em relações internacionais e coordenadora de Política Externa na Conectas, foi a entrevistada neste sábado, 17 de setembro, no curso Jornalismo e Direitos Humanos - módulo do Projeto Repórter do Futuro realizado pela OBORÉ em parceria com a Conectas Direitos Humanos e apoiado pela Abraji ( Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo e pelo Sinpro-SP (Sindicato dos Professores de São Paulo).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, outorgada em 1948, normatizou o respeito à condição humana como interesse mundial. Em organizações como ONU e a OEA esse campo tem dialogado cada vez mais com as políticas externas dos países membros, como o Brasil, onde essa questão é marcada pela contradição.
Abrindo a série palestras que ocorrerão no 3º módulo do curso de Jornalismo e Direitos Humanos, Camila Asano analisa como essa temática pode ser pautada na política internacional para promoção da dignidade humana.
Na ONU, por exemplo, o Brasil atua tanto no eixo de decisão, como no de alvo pelas constantes violações de direitos humanos internas e externas. Acompanhada do coordenador do módulo, o jornalista André Deak, Asano enfatiza que apesar do Brasil reconhecer parte de seus problemas sociais, a postura do país diante de algumas questões mundiais e internas é pouco transparente, o que torna o trabalho jornalístico essencial para o monitoramento da representatividade brasileira e para a garantia de acesso a informação para cobrança pública.
Com a mudança do governo na gestão do país, a coordenadora da ONG propõe que “a gente tem que lutar contra essa maré de retrocessos que tem surgido no Congresso Nacional, e que o país continue com essa postura de reconhecer. Por isso é importante estarmos de olho no que o Brasil diz no Conselho dos Direitos Humanos”, finaliza.
Sobre o módulo
Os 20 alunos selecionados participam de palestras e entrevistas coletivas com especialistas ao longo dos meses de setembro e outubro de 2016 e são desafiados a produzir matérias semanais sobre os conteúdos apresentados.
O curso combina a prática da cobertura jornalística com o conhecimento teórico e reflexivo sobre temas de direitos humanos: para que serve a ONU e a OEA e como o Brasil atua nestes espaços? Qual a arquitetura do nosso sistema de Justiça? Como o país define o que é crime e como este entendimento se reflete nos presídios brasileiros? Qual a situação dos direitos humanos nos países do chamado Sul Global? Qual o papel dos bancos públicos no financiamento de megaempreendimentos que ameaçam a vida de comunidades e o meio ambiente?
Organizado pela Conectas em parceria com
Oboré e
Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), e apoio do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP), o curso é um dos módulos do Projeto Repórter do Futuro, programa que contribui na formação de profissionais do jornalismo há mais de vinte anos