Obra de Barry Levinson expõe os conflitos jurídicos em relação a pacientes terminais
O direito de pacientes portadores de doenças crônicas optarem pela forma como se dará o fim de suas vidas foi tema da Sessão Averroes de Cinema e Reflexão de maio. O encontro aconteceu na Cinemateca Brasileira, na segunda-feira (28), ocasião em que foi exibido o longa “Você não conhece o Jack”, de Barry Levinson.
A obra narra a história do médico americano Jack Kevorkian, que foi perseguido em toda sua carreira por defender o direito ao suicídio assistido. Em 1988 ele inventou a “máquina do suicídio” e auxiliou em mais de 130 casos de mortes nos Estados Unidos, o que o levou a ser conhecido como “Dr. Morte”. A discussão sobre os conflitos morais e jurídicos relacionados à prática foi feita pela médica Dalva Yukie Matsumoto, do Hospital Premier/Grupo MAIS e o Juiz de Direito José Henrique Rodrigues Torres. A mesa de reflexão foi mediada pelo jornalista Oswaldo Luiz Colibri Vitta.
Para os especialistas convidados, Juiz Torres e Dra. Dalva, o filme não é apenas uma narração, ou contextualização, sobre o médico que defende a autonomia de decisão dos seus pacientes com relação à morte, mas uma reflexão profunda acerca dos direitos e escolhas destes pacientes.
Por definição, a eutanásia ocorre quando terceiros abreviam a morte de pacientes em estado terminal (portadores de doenças crônicas) a pedido deles. Já o auxílio ao suicídio é caracterizado quando uma pessoa ajuda a outra a praticar uma ação ou omissão que causa sua própria morte. E é chamado de ortotanásia o procedimento em que o médico suspende tratamentos (esforços terapêuticos) que prolongam a vida do doente em fase terminal.