01/10/2008

Mural de recados: mensagens de alguns amigos da OBORÉ

Este é um espaço destinado às mensagens que recebemos de alguns dos nossos amigos que não puderam comparecer em nossa festa de 30 anos, que aconteceu no dia 14 de setembro, na Cinemateca Brasileira. A idéia é que tudo fique registrado neste mural. Confira os recados!

Paulo Fernando Silveira: Impossibilitado de comparecer a esse magnífico evento comemorativo, gostaria de parabenizar a OBORÉ, na sua pessoa, da Ana Luisa e demais membros de sua equipe, pelos trinta anos de bons serviços prestados à comunidade paulistana e ao Brasil, parcela dos quais posso dar meu testemunho pessoal. Sem o apoio da OBORÉ - o seu, individualmente, foi imprescindível - jamais teríamos aprovado aí na capital de São Paulo a lei municipal que autoriza o funcionamento das rádios comunitárias. Esse fato histórico constitui um grande avanço, não só no aspecto legislativo, mas em direção à liberdade de imprensa e da comunicação. Sinto orgulho de ter contado com o apoio da OBORÉ e gozar da amizade - a sua em especial, com grande estima - de toda sua equipe. Um forte abraço deste mineiro que muito admira os paulistas pelo seu espírito empreendedor.

Jose Luiz Del Roio: OBORÉ, três décadas de utopias e realizações desenhadas na pedra mais dura. Quando conheci a OBORÉ? Não me recordo. Deve ter sido na sua primeira infância. Voltei do exílio no mês de outubro de 1979. Logo conversei com David Capistrano Filho, secretário do PCB em São Paulo. Entre tantas coisas, contou-me também dos problemas da saúde dos trabalhadores que o preocupava muito. Estava em construção o Centro Brasileiro de Estudos da Saúde, do qual ele era o principal mentor. E aqui deve ter me referido sobre este grupo de jovens talentosos que davam um apoio precioso criando um novo estilo de comunicação com os trabalhadores. Resolvi conhecê-los. Estavam todos na Rua Caetés, nas Perdizes (será verdade ou me engano?), uma verdadeira confusão de gente que entrava e saía. Se concentrava uma energia cósmica entre uma ditadura que morria e uma democracia que dava passos difíceis, mas que era a porta que se abria para um Brasil grande, justo e feliz. Muito mais modestamente esta porta (a da OBORÉ), abriu-se solidária, generosa, acolhedora  para o exilado que voltava, que no caso era eu. Pior para eles, resolvi nunca mais sair. Tanta coisa poderia contar das pessoas que conheci, dos projetos mirabolantes que imaginamos, mas seria muito longo. Tanto longo que tinha resolvido até escrever um livro sobre a OBORÉ. Mas para isso é necessário forças mais novas que as minhas. O que me resta então é recordar com afeto esta imensa fila de mulheres e homens que caminharam por esta casa por todos estes trinta anos e permitam-me dar um abraço transatlântico ao meu amigo Sergio Gomes.

Marcy Picanço: Infelizmente não temos como estar aí no domingo para comemorar com vocês esses