Na primeira conferência de imprensa do XI Curso de Informação sobre Jornalismo em Conflito Armado e Outras Situações de Violência, realizada sábado, 18 de agosto, o tenente-coronel Sérgio Lamellas falou sobre a relação do Exército com a imprensa e sobre a presença militar brasileira no Haiti, integrando a MINUSTAH (Missão das Nações Unidas para Estabilização no Haiti). Como oficial de Estado-Maior, Lamellas foi chefe da comunicação social do 2° Batalhão de Infantaria de Força de Paz no Haiti (BRABATT 2), entre 2011 e 2012.
O curso, promovido pela OBORÉ em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e realizado no âmbito do Projeto Repórter do Futuro, tem como coordenador pedagógico o jornalista João Paulo Charleaux e se estende até 29 de setembro, contando com mais quatro conferências/coletivas de imprensa.
Tenente-Coronel Sergio Lamellas fala sobre a Missão de Paz no Haiti.
MINUSTAH
A MINUSTAH foi instalada em 2004 e possui diferentes frentes de trabalho. Lamellas informou que o Exército brasileiro opera na área de patrulhamento, engenharia e ajuda humanitária. Apesar de estar há 8 anos no país, a Missão de Paz ainda não tem data para acabar. “O país já estava sendo estabilizado, quando aconteceu o terremoto [em janeiro de 2010], que atingiu todo centro político e administrativo do Haiti em Porto Príncipe”. O tenente-coronel contou que somente agora o país está voltando a ser estável. O acordo para a presença da Missão de Paz no país será novamente discutido em uma reunião dos seis países que compõem o Conselho de Segurança da ONU mais o Haiti, em outubro deste ano.
Apesar de não haver prazo para a retirada das tropas, o Exército brasileiro está diminuindo seu efetivo no Haiti. Segundo Lamellas, em 2012, 280 homens deixaram o país. No entanto, oficiais brasileiros ocupam altos cargos na MINUSTAH, como o General Goulart, que chefia o componente militar da Missão de Paz.
Alunos e coordenação conversam sobre o resultado da primeira conferência do curso.
Resultados e críticas
De acordo com Lamellas, a MINUSTAH já conseguiu reduzir os índices de criminalidade da capital haitiana, Porto Príncipe. A Missão de Paz classifica o perigo nas regiões da cidade por meio das cores verde, amarelo e vermelha, em ordem crescente de risco. “As únicas áreas da cidade que eram vermelhas, Bel Air e Cite Soléil, hoje são amarelas”, contou. Lamellas disse que a maior favela do Haiti, Cite Sol&eacut