04/08/2018

Jurista aponta conceitos do Direito Internacional Humanitário durante curso sobre Jornalismo em Situações de Conflitos Armados


Os encontros deste módulo acontecerão no escritório sede do CICV em São Paulo. Foto: Ruam Oliveira / OBORÉ
 
“Direito Internacional Humanitário (DIH) é diferente de Direitos Humanos (DH)”, afirmou Tarciso Dal Maso Jardim, jurista, consultor no senado e autor do livro O Brasil e o Direito Internacional Humanitário. Ele ressaltou também que não se confunde com o direito de fazer a guerra, denominado de “Jus ad Bellum”.
 
Jardim foi o convidado do primeiro encontro da 17ª turma do curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflitos Armados e Outras situações de Violência, ocorrido neste sábado, 4, no escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha  (CICV), em São Paulo. A instituição é parceira da OBORÉ na realização do curso, que conta com o apoio da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais (IPFD).
 
A ressalva foi feita pelo jurista devido a um uso por vezes equivocado de ambos os conceitos. Os Direitos Humanos são vigentes em todo o momento, explicou, algo que não acontece com o DIH, que é próprio de situações onde ocorrem conflitos.
 
O DIH, que é parte do direito internacional, visa, entre outros aspectos, minimizar ao máximo sofrimentos, perdas e danos decorrentes de conflitos armados e não tem por finalidade impedir a eficiência militar. Ele segue a lógica de situações de conflitos. Se, por exemplo, um indivíduo com status de combatente, por conta da guerra precisar ferir ou matar alguém, tal ação é vista de forma diferente de como acontece nos DH, em que o direito à vida é irrevogável.

O jurista recebe das mãos de Sergio Gomes, jornalista e coordenador geral do PRF uma escultura do pequeno jornaleiro, símbol do projeto. Foto: Ruam Oliveira / OBORÉ
 
“Ele [o DIH] não proíbe a guerra em si. Considera a guerra como um fato e avalia as possibilidades para minimizar os efeitos dela”, afirmou.
 
Entrevistado por estudantes das principais escolas de jornalismo do país, ele também discorreu sobre conceitos relacionados a crimes de guerra, o que configura determinadas ações como terrorismo, diferença entre conflitos internacionais e não internacionais, entre outros.
 
Como parte do processo formativo, os repórteres do futuro deverão produzir uma reportagem que tenha a entrevista com Jardim como um dos subsídio. Eles terão até o meio dia da próxima terça para produzir o material.
 
Na próxima semana eles irão entrevistar Paulo Roberto B. Oliveira, responsável técnico do Programa com as Forças Policiais e de Segurança do CICV, que vai tratar sobre normas internacionais aplicáveis à função policial no uso da força e de armas de fogo.
 
Este módulo é coordenado pelo jornalista e professor na PUC-SP Aldo Quiroga.
 
Programação
Conferências de Imprensa/Entrevista Coletivas
Local: Sede Paulista do CICV