O encontro de seleção do 9º Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado e Outras Situações de Violência, realizado na Matilha Cultural no último sábado, dia 25, contou com a presença de mais de 80 estudantes e jornalistas de diferentes universidades e instituições.
Logo no início da manhã, os participantes puderam refletir sobre os parâmetros da boa reportagem com o documentário José Hamilton Ribeiro - O príncipe dos Repórteres (clique aqui para acessar uma matéria sobre o documentário). O vídeo mostrou a história do jornalista que, como repórter da revista Realidade, participou da cobertura da Guerra do Vietnã, na década de 1960. José Hamilton é também membro do conselho de orientação profissional do Repórter do Futuro.
Em seguida, foi exibido o documentário do Comitê Internacional da Cruz Vermelha - CICV sobre a missão e a forma de atuação da organização. O vídeo introduziu a fala de Felipe Donoso, chefe da delegação do CICV para a Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, que iniciou sua apresentação com a história do CICV e os erros comuns quanto à sua definição. “Tem muitas suposições, mas nenhuma é correta. O CICV não é ONG, não é cristão, não é entidade médica e não é do governo. Ele recebe dinheiro de governos, mas eles não podem dizer de que forma ele deve ser usado”, disse.
Felipe explicou também o emblema do CICV, uma bandeira da Suíça com as cores invertidas. Ao mostrar os sete princípios da organização, destacou um de grande importância ao jornalista: a neutralidade. “Se o jornalista não tem confiança de ambas as partes e assume uma posição fixa, ele já é inimigo. Por isso é tão importante seguir esses princípios”, disse.
Sobre o papel do jornalista, Felipe chamou atenção para a importância de manter contato com esses profissionais para que eles possam ouvir as pessoas esquecidas e machucadas nas situações de conflito armado e outras situações de violência. Além disso, explicou a adesão do termo ‘outras situações de violência’ à definição das atividades do CICV. “É uma evolução antropológica. Hoje há diferentes situações de conflito, mas que provocam as mesmas conseqüências. É o que acontece no México, na Nigéria, na Guatemala e no Rio de Janeiro”.
Após a apresentação de Felipe Donoso, abriu-se a sessão de perguntas dos estudantes