O professor Cláudio Júlio Tognolli lembra o epíteto de uma das principais empreitadas teóricas sobre o jornalismo em situações de conflito: “Numa guerra, a primeira vítima é a verdade”. The First Casualty, de Phillip Knightley, acompanhado por Diante da dor dos outros, de Susan Sontag, era a indicação de leitura do professor aos quase 90 estudantes que pleitearam as vinte vagas do novo módulo do Projeto Repórter do Futuro na manhã de sábado, dia 22. Os nomes dos selecionados devem ser publicados amanhã, dia 27 de setembro, no site da OBORÉ.
O encontro de seleção, que aconteceu no Instituto dos Arquitetos do Brasil em São Paulo, começou com uma exposição de Vinicius Souza, o fotógrafo e documentarista que divide com Maria Eugênia Sá, a autoria do documentário América Minada, lançado no mesmo evento. Rodolfo Blancato, estudante do segundo ano de jornalismo da ECA-USP, conta que se surpreendeu com o teor do documentário: “Eu não imaginava que existia mina nenhuma na América Latina. Nenhuminha”. Os 27 minutos do vídeo-documentário produzido pelo TV Brasil Canal Integración foram suficientes para aguçar a curiosidade e aquecer as idéias dos jovens repórteres sobre um dos principais problemas que cercam a situações de conflito.
O primeiro contato do casal com a realidade das minas terrestres foi na realização em 2004 do projeto Caxemira: Ocupada, dividida, disputada, quando encontraram toda a fronteira do Paquistão minada. Este trabalho desfaz alguns mitos sobre o conflito na Caxemira (inclusive a meia-verdade que desconsidera a influência da China, além de Índia e Paquistão, na ocupação da região). Já em Angola, A esperança de um povo uma conversa com os Médicos Sem Fronteiras havia apontado a condição latino-americana em relação às minas antipessoal e munições não-detonadas, mas foi Colômbia: Que guerra civil? que colocou o casal propriamente a par da questão.
A Colômbia é o terceiro país entre os com maior número de vítimas de minas terrestres e, segundo Vinicius, o aumento é uma tendência. Lá, aproximadamente 80% das mortes por armas de fogo não tem a ver com guerrilha ou tráfico – o que normalmente povoa o noticiário sobre o país. Isso porqu