Cinquenta e seis estudantes de 21 faculdades interessados em participar do XI Curso de Informação sobre Jornalismo em Conflitos Armados e Outras Situações de Violência lotaram o cinema da Matilha Cultural no último sábado, 4 de agosto, às 9h. O Encontro de Confraternização e Seleção do módulo, que integra o Projeto Repórter do Futuro, teve uma palestra de Felipe Donoso, chefe da Delegação Regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. Após a apresentação, os estudantes realizaram o Teste de Seleção. A lista de 20 jovens jornalistas que participarão do curso será divulgada na segunda-feira, 13 de agosto.
Donoso explicou que, para realizar a missão de proteger e assistir os envolvidos em conflitos armados, o CICV precisa garantir sua neutralidade. Por isso, a organização não pode detalhar as situações que encontra em zonas de guerra, papel que cabe aos jornalistas. «Vocês têm a capacidade de fazer a caixa de ressonância para lembrar os Estados e as partes engajadas de suas obrigações, apontando onde elas estão sendo violadas. Por que assim vocês vão fazer algo que nós não podemos : informar, chamar atenção », defendeu. Ele também exibiu um vídeo que exemplifica a atuação humanitária do CICV.
Donoso destaca o papel dos jornalistas em conflitos armados no Encontro: "Vocês apontam as violações"
No encontro, o jornalista João Paulo Charleaux, coordenador pedagógico do módulo, explicou que não se trata de um curso sobre como se comportar na cobertura de um conflito bélico. "Esse é um curso de informação. Como aumentar a proteção das vítimas da guerra, que direito essas pessoas têm, o que acontece com elas em uma situação de conflito armado", acrescenta. O curso gira em torno do Direito Internacional Humanitário, ou seja, "as regras que deveriam reger o conflito armado e que servem para reduzir o sofrimento dos civis e combatentes, mitigar os efeitos da guerra”, esclarece Charleaux.