12/12/2005

Confira cobertura da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador

Convocada pela primeira vez por três ministérios - Saúde, Trabalho e Emprego, e Previdência Social - e realizada onze anos após a conferência anterior, a 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, que aconteceu de 24 a 27 de novembro, em Brasília, reuniu mais de 1500 pessoas, entre gestores das áreas da Saúde, Trabalho e Previdência, trabalhadores de todos os setores e usuários do Sistema Único de Saúde - SUS. Com o tema "Trabalhar sim, adoecer não", o evento discutiu três eixos temáticos: Como garantir a integralidade e a transversalidade da ação do estado em saúde dos trabalhadores?; Como incorporar a saúde dos trabalhadores nas políticas de desenvolvimento sustentável do país?; Como efetivar e ampliar o controle social em saúde dos trabalhadores?

A união inédita dos três ministérios tem por objetivo a implantação da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (PNSST) elaborada pelas três pastas. A nova política visa a ampliação da proteção aos trabalhadores não assalariados e a definição de novas regras em relação às obrigações e incentivos para as empresas. Com isso, pretende-se reduzir os índices de acidentes e doenças no trabalho.

As conferências regionais mobilizaram mais de 100 mil pessoas em centenas de municípios. Mesmo reunindo um número tão expressivo, não despertaram o interesse dos meios de comunicação, assim como o evento nacional. Além das equipes da Radiobrás e da  OBORÉ, poucos jornalistas da imprensa sindical cobriram a conferência.

A seguir, a seleção das principais matérias publicadas pela Agência Brasil, Agência Carta Maior e OBORÉ acerca do evento. O Plantão Saúde, programa de rádio produzido e distribuído pela OBORÉ, para a Rede de Comunicadores pela Saúde, na sua edição de janeiro, trará a cobertura completa da conferência.

Para conferir a cobertura da Agência Brasil, acesse www.radiobras.gov.br/saudedotrabalhador


SAÚDE DO TRABALHADOR
O debate que mobilizou 100 mil pessoas e que Lula não viu
Conferência nacional indica avanços na formulação de políticas, embora a situação seja ainda tão crônica quanto em 1988, quando o então deputado constituinte Lula - ele mesmo um amputado no trabalho - demonstrava preocupação com tema

Christiane Peres e Aloisio Milani*    
08/12/2005

Brasília - No calor dos debates sobre a nova constituição brasileira, os leitores do jornal Folha de S.Paulo do dia 11 de janeiro de 1988 puderam ver estampadas as palavras de um sindicalista aleijado do dedo mínimo por uma prensa da indústria metalúrgica. "Entre as muitas coisas que não mudaram neste país, nos últimos anos, está a atitude do Estado com relação aos acidentes e doenças do trabalho. Apesar dos discursos e das belas palavras sobre ´prevenção de acidentes´, as estatísticas mostram que situação não se alterou e até piorou, em muitos setores."
 
As palavras de outrora foram lidas na abertura da histórica 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador, realizada no final de novembro, na capital federal. Mas não pelo homem que as escreveu, o então deputado constituinte e atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. E, sim, pelo membro do Conselho Nacional de Saúde e diretor da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Jesus Garcia. Lula não estava lá. Não participou do maior encontro sobre a saúde do trabalhador realizado até hoje no país, promovido justamente pelo seu governo.
 
A conferência teve a participação de mais de 100 mil pessoas, considerando as etapas municipais, estaduais e o grande evento federal. Pela primeira vez um governo convocou um debate nacional por meio de três ministérios diretamente relacionados à área: Saúde, por fazer a vigilância e at