Foto: Valter Campanato / Agência Brasil
![]() |
| À partir da esq. Ministro Nelson Machado, da Previdência, Saraiva Felipe, da Saúde, e Luis Marinho, do Trabalho e Emprego, na solenidade de abertura da 3ª Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador |
Lula, que perdeu um dedo em acidente de trabalho, faz parte de uma triste estatística. Dados da Previdência Social registram, de 1999 a 2003, mil mutilações de trabalhadores por dia útil e duas mortes a cada três horas trabalhadas. Ocorreram neste período, 1.875.190 acidentes de trabalho, resultando em 15.293 mortes e 70.020 incapacidades permanentes. Os números dizem respeito aos 23 milhões de brasileiros com carteira de trabalho assinada. Na informalidade, a situação é pior. A Previdência calcula que os números sejam três vezes maiores.
O objetivo da conferência, pela primeira vez envolvendo três ministérios - Saúde, Previdência e Trabalho e Emprego - é a implantação da Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (PNSST) elaborada pelas três pastas. A nova política visa a ampliação da proteção aos trabalhadores não assalariados e a definição de novas regras em relação às obrigações e incentivos para as empresas. Com isso, pretende-se reduzir os índices de acidentes e doenças no trabalho.
Ministro da Saúde anuncia criação do Observatório de Saúde do Trabalhador
O ministro Saraiva Felipe anunciou a inauguração do Observatório de Saúde do Trabalhador, cujo objetivo é disponiblizar informações nesta área, facilitando a produção de estudos e pesquisas. O banco de dados pode ser acessado no endereço www.saude.gov.br/trabalhador
O ministro destacou em sua fala, a necessidade da implementação de políticas transversais e intersetoriais para combater os acidentes e mortes no trabalho. "A responsabilidade pelas ações nas áreas de segurança e saúde dos trabalhadores está fragmentada em três setores de governo: Trabalho, Saúde e Previdência Social. É necessário, portanto, uma atuação transversal envolvendo estes setores de forma integrada e respeitando a competência de cada órgão", afirma.
Ele falou também da importância da Renast - Rede Nacional de Atenção à Saúde Integral do Trabalhador - "um importante suporte técnico no auxílio ao diagnóstico dos agravos à saúde do trabalhador". A Renast prevê a implantação de 200 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador em todo o país até 2006. Segundo ele, é possível que o registro do número de doenças e acidentes de trabalho aumentem a partir da criação dos Centros de Referência, o que ele considera um dado positivo. "Isso significará melhoria no atendimento do SUS e diminuição dos sub-registros (acidentes não registrados) ".
Contribuição do seguro acidente poderá ser flexibilizada
O Ministério da Previdência Social gastou em 2005 cerca de R$ 9 bilhões em pagamentos de seguros acidentários. "É um valor muito al