09/04/2008

Comunicação ganha destaque no XIV Encontro Estadual da Renast

A comunicação foi o foco das discussões do primeiro dia do XIV Encontro Estadual da Renast/SP. Durante sete horas, no hotel Excelsior, representantes das seis Centrais Sindicais, da Secretaria Estadual de Saúde, OBORÉ, Fundacentro e Centros de Referência em Saúde do Trabalhador enfatizaram a necessidade de ampliar e consolidar o trabalho da comunicação a serviço da saúde do trabalhador. 

A idéia é que ao final do evento, os participantes elaborem um Plano Estadual de Comunicação e Saúde do Trabalhador para ser implantado em todos os Centros de Referência (Cerest) de São Paulo. “Assim teremos um modelo único de comunicação, com foco nos acidentes de trabalho e que tenha como instrumento folderes, boletins, spots de rádio, que possam ser utilizados por todos os Cerests”, sugeriu José Carlos do Carmo, do Cerest do Estado de São Paulo.

No estado de São Paulo morrem cerca de cinco mil trabalhadores todos os anos. O equivalente a uma morte a cada hora e meia ou a um Boeing a cada duas semanas. Hoje, o setor que mais mata na capital paulista é o do transporte. Todos os dias, entre sete acidentes graves, dois são de motoboys que acabam mortos no ato da colisão. Os outros morrem na UTI ou ficam com seqüelas gravíssimas. Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, anualmente, 400 mil trabalhadores adoecem ou sofrem acidentes no local de trabalho. Isso significa um custo anual estimado em US$ 5 bilhões. “Custo esse que poderia ser perfeitamente evitável se a gente conseguisse chamar a atenção da sociedade para o número de trabalhadores que morrem”, defendeu o coordenador do Cerest do Estado de São Paulo, Koshiro Otani.

Para ele, a comunicação pode contribuir para a prevenção, manutenção e promoção da saúde do trabalhador. “Considero-a como verdadeiro insumo nos sistemas de saúde. O jornalista é um profissional de saúde que pode agendar os temas e o tratamento de questões relacionadas com os acidentes e as doenças ocupacionais. Ela pode orientar as instituições e os trabalhadores sobre o assunto, assim como analisar e interpretar os acidentes e as  doenças ocupacionais. Ela pode nos ajudar a levantar e centralizar informações para auxiliar a instituição a mapear e divulgar riscos e formas de prevenção. Recolher e divulgar informações sobre saúde dos trabalhadores. Pode ainda estabelecer relação entre as condições de trabalho e as políticas públicas de alguns governos, organismos internacionais e agentes sociais”, explicou.

Unindo forças

As Centrais Sindicais também têm se mobilizado para que os problemas vividos pelos trabalhadores ganhem destaque entre as discussões do próprio movimento sindical. Desde janeiro, OBORÉ e Agência Sindical, vêm articulando encontros com as Centrais para trazer à tona a realidade dos trabalhadores brasileiros. Esta articulação faz parte de um processo inédito, que culm