14/12/2010

Cobertura da Semana do Povo Palestino, uma parceria entre OBORÉ, ICArabe e Matilha

Todo ano, o Dia Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino, celebrado em 29 de novembro, motiva a realização de palestras, debates, sessões de cinema e atos políticos que estimulam a discussão sobre a atual situação do povo palestino. Na mesma data, em 1947, a ONU determinou que o território da Palestina histórica fosse dividido em dois Estados, um judeu e um árabe. Contudo, apenas a implementação do Estado de Israel foi assegurada, em maio de 1948. Desde então, o povo palestino vêm sofrendo violações a seus direitos, como a autodeterminação, a moradia, a saúde e a educação.

Em São Paulo, o Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), a OBORÉ e a Matilha Cultural promoveram a Semana do Povo Palestino, com sessões de cinema e debate. Entre os dias 3 e 5 de dezembro, na Matilha, foram exibidos os documentários Ponto de Encontro e Nós e os Outros, ambos sobre a defesa dos direitos desse povo. Para a diretora do ICArabe, Soraya Smaili, o cinema tem sido fundamental no trabalho de difundir os diversos aspectos da cultura árabe contemporânea, incluindo a política. “Temos realizado várias atividades de cinema e percebemos que ajudam a aproximar e ampliar a compreensão deste mundo árabe, cujas questões são tão próximas”, observa a diretora. “O cinema ajuda neste diálogo especialmente porque permite a compreensão do outro.”

No sábado, dia 4, após a exibição dos filmes, um debate reuniu a jornalista Soraya Misleh, do Movimento Palestina para Tod@as, o palestino nascido em Betlehem, Abdel Latif Hasan Abdel Latif, e o mediador Francisco Miraglia, professor de matemática da USP e coordenador do Núcleo de Estudos Edward Said do ICArabe. Diversos assuntos foram abordados no debate, inclusive a relação entre Brasil e Palestina. Na véspera do debate, o presidente Lula havia reconhecido o Estado palestino com as fronteiras de 1967, anteriores à invasão israelense. Para os debatedores, trata-se de uma medida correta, mas insuficiente, uma vez que o Brasil mantém relações comerciais com o Estado judeu. “O Brasil precisa ser mais ativo e declarar abertamente o crime contra a humanidade praticado por Israel”, comentou Abdel. 
chr