Nesta quarta-feira, Audálio Dantas renunciou aos cargos de vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e de presidente da representação da entidade em São Paulo por discordar da atual gestão.
Na carta, Audálio enumera várias arbitrariedades conduzidas por seu presidente, Maurício Azêdo. Segundo diz o texto, “nas mãos do atual presidente, o estatuto da ABI é letra morta. As decisões de maior relevância são tomadas sem o conhecimento da diretoria, mesmo porque não são realizadas as reuniões quinzenais determinadas pelo estatuto”.
Audálio menciona ao longo da carta casos de mandos e desmandos, além do recorrente desrespeito da atual gestão. Jornalista e escritor, Audálio já passou ao longo de sua carreira pelas revistas
O Cruzeiro,
Quatro Rodas,
Realidade,
Manchete e
Nova. Teve atuação destacada no sindicalismo e na política, durante o regime militar e como presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, comandou os protestos pelo assassinato de Vladimir Herzog. Na vice-presidência da ABI e na presidência da representação da entidade em São Paulo acreditou que iria contribuir com a trajetória de luta da associação.
“Chegou, porém, o momento em que continuar é impossível. Convidado a participar da diretoria da Casa, num momento em que, esperava-se, ela poderia ser fortalecida para retomar a sua quase secular trajetória de luta democrática, aceitei o encargo com a mesma disposição com que participei dessa mesma luta, em outras frentes. Minha história é conhecida. Jamais me calei na luta contra a injustiça e o arbítrio. Não tenho o direito de silenciar diante do autoritarismo que hoje domina a ABI. Espero que a minha renúncia, em caráter irrevogável, possa contribuir para que diretores, conselheiros e associados da mais importante instituição de imprensa do País reflitam e tomem decisões que a reconduzam ao seu destino histórico, que é o da defesa da liberdade.” Assim termina a carta de renúncia de Audálio Dantas.
A notícia gerou reação imediata do Conselho Consultivo da ABI, representação São Paulo. Em solidariedade, Alberto Dines, Carlos Marchi, Eduardo Ribeiro, Egydio Coelho da Silva, Gioconda Bordon, José Marques de Melo, Laurindo Leal Filho, Leandro Buarque, Manuel Carlos Chaparro, Ricardo Viveiros e Sergio Gomes redigiram uma
carta ao Conselho Deliberativo da associação com “pedido de irrevogável renúncia coletiva”. O documento, assinado por todos os membros do Conselho, seria encaminhado nesta