Audálio Dantas ao lado de sua esposa Vanira Kunc. Ele é a sétima personalidade a receber o Prêmio Averroes. Foto: Sérgio Silva.
Cercado de amigos, familiares e admiradores, o jornalista Audálio Dantas recebeu o Prêmio Averroes – Pioneiro e Compartilhador na noite de 9 de dezembro, no Espaço de Cultura e Convivência “Jardins de Soraya”, no Hospital Premier, zona sul de São Paulo.
Concebido em 2008 pela OBORÉ a pedido do Hospital Premier, o Prêmio tem o objetivo de valorizar e reconhecer a trajetória de pioneirismo e espírito compartilhador de estudiosos e personalidades atuantes nas mais diversas áreas do conhecimento.
Ao receber o troféu das mãos do historiador ítalo-brasileiro José Luiz Del Roio, responsável pela conceituação da honraria, Audálio refere-se, emocionado, ao fato de seu maior legado ser sua trajetória de vida. “Meu patrimônio é a minha história, meu único cabedal”, discursou.
Del Roio afirmou que Audálio é parte da história do povo brasileiro. “O Audálio tem décadas de jornalismo, cultura e de luta. Do meu ponto de vista, (...) o que marca o Audálio é a vontade de ter um país forte, digno e com igualdade. Igualdade social, racial... um país igual e alto. Ele sempre se arriscou por isso e pagou. Nós não falamos o quanto ele pagou, mas pagou”, disse o historiador.
O historiador José Luiz Del Roio. Foto: Sérgio Silva
O próprio Audálio tratou de dar contexto à homenagem que recebeu. Citando o troféu produzido pelo artista plástico Jaime Prades, passou a descrever todos os conceitos simbolizados pelo Prêmio: a peça, em aço oxidado, foge da ideia de algo exuberante, brilhante, como em geral são os troféus. O material simboliza “a própria efemeridade das coisas, ponto central da medicina paliativa que busca não apenas a cura, como também o cuidar, inclusive no fim da vida”.
Precedeu o discurso do homenageado a fala do jornalista e diretor da OBORÉ Sérgio Gomes. “Audálio, você tinha seis anos de idade, estava indo para a escola, quando Fernando Pessoa faleceu (...) e deixou um poema para você. Este poema é tua vida, você aprendeu esta lição e é esta lição que você é para todos nós”. Sergio Gomes referia-se ao poema “Para ser grande, sê inteiro”, de Ricardo Reis, heterônimo de Fernando Pessoa.
A noite também brindou homenageado e convidados com um concerto musical protagonizado pelo flautista Toninho Carrasqueira, pelo violonista Edmilson Capelupi, pelo músico e compositor Ivan Vilela e o violonista e compositor Emiliano Castro. Ao final, juntaram-se todos, acompanhados ainda pelos cantores e músicos Giba Donato e Juarez Travassos, para uma esplêndida e emocionante interpretação de “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros.