01/08/2012

“A última grande lição” motiva reflexão sobre relação com o outro no fim da vida

A história da amizade entre um professor universitário e um ex-aluno emocionou o público na Sessão Averroes do dia 30 de julho, na Cinemateca Brasileira. Em A Última Grande Lição (Tuesdays with Morrie, 1999, do diretor Mick Jackson), o atarefado jornalista Mitch, que não reserva tempo para cuidar de sua vida pessoal, sente a necessidade de encontrar o querido mestre Morrie, quando descobre que o professor sofre de uma doença degenerativa. As conversas e trocas de experiências entre os dois – sempre às terças-feiras - fazem com que, aos poucos, Mitch mude seu olhar sobre sua vida. 
 

Na Mesa de Reflexão estiveram a geriatra Cláudia Burlá, sócia-fundadora e membro do Conselho Consultivo da Academia Nacional de Cuidados Paliativos do Conselho Federal de Medicina, e a psicóloga Débora Genezini, coordenadora da Comissão multiprofissional da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), além de docente do Instituto Paliar. A mediação foi feita por Henrique Parsons, médico clínico e sanitarista, coordenador do Centro de Educação e Pesquisa Saber MAIS.  


Para os debatedores, cultivar uma relação com o outro no fim da vida é a possibilidade de novos ensinamentos, como sugere o título da obra. “Mitch não comunicava seus sentimentos e era envolvido na rotina do mundo real, em que deixamos de ficar próximos das pessoas que significam algo para nós. Mas ele se permitiu mudar”, considerou Cláudia. 

Em certo momento do filme, Morrie aconselha Mitch a imaginar um pequeno pássaro no seu ombro, para quem ele deve perguntar todos os dias se é hora de morrer. Para Débora, o pássaro representa a necessidade de conversar sobre a vida com outros, que são espelhos de nós. “A vida nos engole de tal maneira que a gente fica incapaz de perceber o outro”, analisa a psicóloga, para quem os pacientes possibilitam essa troca de experiências. 
 

Cláudia