17/09/2010

3º Ciclo de Cinema e Reflexão discute a política de cuidados com a saúde do idoso

Como está a situação da saúde do idoso na sociedade, de que forma ela é tratada e quais são os atuais desafios, no contexto da política nacional, para preservar a qualidade de vida do indivíduo até a hora de sua morte. Estes foram os assuntos abordados na primeira mesa temática do 3º Ciclo de Cinema e Reflexão Aprender a Viver, Aprender a Morrer, realizado na manhã da última quinta feira, dia 16, na Cinemateca Brasileira. 

David Braga Júnior, médico especializado em clínica médica e administrador público com especialidade em Planejamento Estratégico para Ações de Governo, coordenou a mesa temática e destacou a importância de se discutir a política nacional da pessoa idosa na atualidade. De acordo com ele, hoje existem deficiências básicas nos cuidados com os idosos que os tiram do nível de independência e os inserem na situação de vulnerabilidade. “Nós temos que primeiro identificar as causas disso, para depois descobrir quais são as ferramentas que podem mantê-lo na condição de independência pelo maior tempo possível”, disse.

Para abordar o viés pragmático das principais necessidades existentes na área da saúde do idoso, Pedro José Vilaça, médico epidemiologista e infectologista, apresentou uma pesquisa em que foram estudados 23 mil idosos residentes na cidade de São Paulo, usuários de um tradicional plano de saúde paulistano. Com o objetivo de identificar o perfil demográfico e epidemiológico destas pessoas, assim como suas principais patologias e seus tratamentos em vigor, a pesquisa trouxe como resultado um mapeamento dos principais obstáculos enfrentados por esses idosos: dificuldades para dormir, stress, depressão, alta ingestão de medicamentos, cansaço e, principalmente, a falta de vida social. 

Outra questão abordada na mesa foi a necessidade de melhorar o tratamento ao paciente no seu momento de morte. Segundo o médico Ricardo Tavares de Carvalho, cardiologista especialista em Bioética e com atuação em cuidados paliativos, é comum nos hospitais serem tomadas medidas que prejudicam a qualidade de vida dos familiares e dos pacientes terminais, como, por exemplo, a alta dosagem de medicamentos, o atendimento por um grande número de médicos que não estão integrados entre si e a preservação da vida do paciente a todo custo. “É preciso haver uma valorização da vida, chamar a família, ajudá-la a lidar com a morte, e, por exemplo, ver que espécie de trabalho é possível fazer com pessoas que só tem mais dois dias de vida.”

Presente ao debate, Paulo Rogério Affonso Antonio, médico Sanitarista com Especialização em Administração Hospitalar e Serviços de Saúde, encerrou a mesa com a apresentação da experiência de uma iniciativa voltada às necessidades do idoso, desenvolvida no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). A partir da demanda por uma pol&i