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27/07/2006
Mais uma reunião da Mesa de Trabalho da AMARC (Associação Mundial das Rádios Comunitárias e Cidadãs) aconteceu dia 26 de julho, na sede da OBORÉ, Escritório Paulista da entidade. O objetivo do encontro foi o de discutir alternativas para que a Rádio Heliópolis, fechada no último dia 20 pela ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e pela Polícia Federal , por determinação da Justiça Federal, volte a funcionar imediatamente.
Trata-se de um desdobramento da manifestação que aconteceu no dia 22, na sede da UNAS (União de Núcleos Associações e Sociedades de Moradores de Heliópolis e São João Clímaco), que reuniu quase 200 parceiros e simpatizantes num ato em defesa da rádio e da democracia na comunicação.
A mesa de trabalho da AMARC recebeu representantes da ANATEL, engenheiros Marcondes Buarque e Marcelo Pelegrini ; os professores Sebastião Squirra e João Plaça, representando a Universidade Metodista de São Paulo e a UNAS, através de seu presidente João Miranda, de Geronino Barbosa, coordenador geral da rádio Heliópolis e de Laís Fonseca, assessora de imprensa.
Também participaram da reunião Anna Cláudia Vazzoler, coordenadora do Escritório Modelo D. Paulo Evaristo Arns da Faculdade de Direito da PUC-SP; Donizete Soares, do GENS Projetos Educacionais e da ONG Cala a Boca já morreu; Heitor Augusto, repórter da revista A Rede; Mário de Freitas, da Rádio Netherland (Holanda) e Cristina Cavalcanti, Rafael Garcia, Terlania Bruno e Ana Luisa Zaniboni Gomes, da OBORÉ. Yapir Marotta, Gerente Geral de Planejamento da ANATEL, também participou da reunião diretamente de Brasília, por audioconferência.
Cley Guimarães
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Mesa de trabalho do Escritório Paulista da AMARC | O encontro foi aberto por Sergio Gomes, diretor da OBORÉ e coordenador do Escritório Paulista da AMARC, que fez apresentação dos participantes e contextualizou a situação da rádio. Em seguida, todos assistiram ao documentário “Heliópolis- A Cidade do Sol nas Ondas do Rádio”, produzido pelo Itaú Cultural, em 2005.
Próximos passos – De acordo com Yapir Marotta, da Anatel, é possível a Rádio Heliópolis receber uma autorização, em caráter provisório e experimental, para permanecer no ar: “Tínhamos um problema principal que é o de fazer a Rádio Heliópolis voltar a funcionar antes dos 7 ou 8 meses de trâmite burocrático para outorga. O que é possível para a ANATEL é autorizar a execução do serviço especial para fins científicos ou experimentais no canal 199”, considerou.
Para tanto, é necessário firmar uma parceria com uma instituição de ensino. A Universidade Metodista, eleita pela UNAS como sua parceira preferencial, foi convidada a participar do encontro e a discutir caminhos para essa possível parceria: “Vou procurar os caminhos na universidade. Estou à disposição da UNAS e da ANATEL, esperando contribuir com esse momento”, avaliou Sebastião Squirra, diretor da Faculdade de Multimeios da Metodista. “Vou levar a questão aos reitores e quero deixar aqui com vocês nossa disposição de ajudar”, concluiu.
Cley Guimarães
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Da. esq. para direita: Sebastião Squirra (Metodista); João Miranda (UNAS); Marcondes Buarque e Marcelo Peleguini (ANATEL) | A outorga para fins científicos tem validade de seis meses, prorrogáveis por mais seis. Nesse caso, a Rádio Heliópolis ocuparia o canal 199: “Para toda a grande São Paulo a gente só conseguiu designar um canal para as comunitárias, o 198. A legislação diz que as rádios precisam estar a 4km de distância uma das outras, caso contrário seria difícil ouvir o sinal de transmissão. Existe a possibilidade de colocarmos dois canais de transmissão, o 198 e o 199, e com isso melhorar a distribuição das rádios comunitárias. Ao levar a Rádio Heliópolis para o canal 199, obteríamos dados técnicos para comprovar essa possibilidade. O escritório da ANATEL de São Paulo se dispôs a colaborar nesse experimento em campo com o equipamento de radiomonitoragem e verificar os seus resultados ”, explicou Yapir.
A solução definitiva para Heliópolis e para todas as rádios comunitárias da região metropolitana de São Paulo, entretanto, passa pelo Ministério das Comunicações, que ainda não liberou aviso de habilitação para o funcionamento do canal 198 na região: “Para que a situação da Rádio se resolva, o Ministério tem que dar a outorga para UNAS. Eu não quero dar palpite nos possíveis problemas ou dificuldades que o Ministério enfrenta. O que eu imagino é que há um grande número de pedidos e há um trâmite de atendimento”, afirmou Yapir.
Balanço – “A reunião do dia de hoje foi histórica. Conseguimos reunir todos vocês e isso é uma grande vitória”, concluiu Sérgio Gomes. Para o engenheiro Marcondes, a solução está próxima: “Eu não vejo empecilhos para termos uma solução legal para essa questão. Eu penso que estamos no caminho certo e esse é o objetivo da ANATEL”. Já para Yapir “será um passo pioneiro se conseguirmos efetivar essa alternativa”.
Dia do rádio – No próximo sábado, do meio dia às 13hrs, acontecerá, na sede da UNAS um piquenique para discutir questões referentes à Rádio Heliópolis e da comunidade. Será uma espécie de “Dia do Rádio”, evento aberto a todos os interessados.
UNAS: Rua da Mina, 38 (travessa da Estrada das Lágrimas na altura do n. º 2040). Telefone: 11 2272-0140 / 0148
O Escritório Modelo, a UNAS e a Rádio Heliópolis continuam recebendo mensagens de apoio, que podem ser encaminhadas para os seguintes e-mails:
Escritório Modelo: esc.modelo@pucsp.br UNAS: unass@uol.com.br Rádio Heliópolis: radioheliopolisfm@yahoo.com.br
Leia o Dossiê da Radiodifusão Comunitária
Veja também o vídeo de cobertura do ato ocorrido na sede da UNAS no último sábado,22, produzido pelo GENS e pelo Cala a Boca já morreu www.portalgens.com.br/radioheliopolis
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