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  Brasileiros protestam em solidariedade a Giuliani

  25/07/2001

Mais de 150 jovens, a maioria punk e anarquista, realizaram na tarde de ontem, na sede do Consulado Italiano em São Paulo, uma manifestação contra a violência policial em Gênova, onde aconteceu nesta semana a reunião de cúpula dos oito países mais ricos do mundo (G-8).

O ponto alto dos conflitos entre manifestantes anti-globalização e os carabinieri italianos, em Gênova, foi o assassinato do estudante Carlo Giuliani, de 23 anos, lembrado a todo momento pelos manifestantes que formavam uma corrente humana no portão do Consulado, aqui em São Paulo.

Os jovens fizeram no chão o desenho de um corpo caído, com giz branco, escrevaram faixas acusando o fascismo italiano pela morte de Giuliani e usaram o carro de som do Sindicato dos Servidores da USP (Universidade de São Paulo) para acusar o cônsul da Itália no Brasil, Gianluca Cortese, de cumplicidade com a política violenta posta em prática na Itália pelo primeiro-ministro, Carlo Berlusconi, eleito numa aliança com partidos de histórica inspiração fascista.

Outro triste momento lembrado pelos manifestantes brasileiros foi a invasão e destruição da sede do CMI (Centro de Mídia Independente), em Gênova, no sábado, dia 21 de julho, pela polícia italiana.

O site do CMI (www.brasil.indymedia.org) relata com textos e gravações de áudio todos os detalhes da operação dos carabinieri, que visou destruir material de imprensa, como computadores, filmes fotográficos e fitas de vídeo. No alojamento dos estudantes, no prédio em frente, ficaram marcas de sangue nas paredes e poças no chão.

Mesmo gravado e exibido pelas TVs de todo mundo, nenhuma entidade de representação dos jornalistas brasileiros esteve presente no ato em frente ao Consulado, para protestar ou prestar solidariedade aos correspondentes agredidos na operação dos carabinieris.

Para lembrar toda esta trágica história dos conflitos de Gênova, os manifestantes brasileiros fecharam as portas do consulado com correntes e cadeados, destruíram o interfone do portão central e picharam com tinta vermelha as palavras "assassinos", "resistência" e "Carlo Giuliani".

O cônsul italiano chegou a propor aos manifestantes que formassem uma comissão de três pessoas para ser recebida. Os jovens responderam pelo carro de som que a mobilização não tinha nanhuma pauta para ser tratada à portas fechadas, que aquele era o protesto de solidariedade aos manifestantes de Gênova, portanto, deveria ser em público e em "alto e bom som".


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