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19/07/2001
Mais de 1 milhão de Cestas Básicas foram colocadas à dispoção das prefeituras do Nordeste, como auxílio na política de convivência com a seca. Para acessar essas cestas, o município deve ter uma comissão com representantes dos diversos segmentos da sociedade civil: sindicatos, partidos políticos, igrejas e prefeitura. A intenção do Governo era impedir que os prefeitos e vereadores fizessem da fome do povo moeda de troca eleitoral, posando de benfeitor na hora de distribuir os alimentos.
Frente ao dilema de salvar vidas ou ganhar votos, a escolha foi evidente: a maioria dos prefeitos não formaram as comissões e está deixando as cestas apodrecerem, longe dos brasileiros que passam fome no Nordeste.
A reportagem de A Voz da Contag conversou com o presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Manoel dos Santos e com o presidente da Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Pernambuco), Antônio Marques.
A equipe de reportagem investigou o assunto também em Brasília, com a correspondente Simone Telles e em Sergipe, onde só 6,7% das cestas foram distribuídas, com o repórter Barroso Guimarães.
Bobo - Os trabalhadores disseram ao Governo, no Grito da Terra Brasil, que, para a agricultura familiar funcionar neste ano, o Plano de Safra deveria destinar aos pequenos produtores algo em torno de R$ 8 bilhões.
O Governo prometeu pouco mais da metade, apenas R$ 4,7 bilhões. Para os grandes produtores, do agrobusiness e da agricultura de exportação, o montante prometido é de R$ 15 bilhões.
Até agora o dinheiro dos pequenos não saiu. O secretário de Política Agrícola da Contag, Airton Faleiro, faz um alerta: ou o Governo libera a verba do Plano de Safra para os agricultores familiares, ou as manifestações vão ganhar as ruas. |
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