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  Seminário comemora aniversário da Cidade Escola Aprendiz
Terlânia Bruno
  30/09/2005

O jornalista Gilberto Dimenstein e o Secretário da Educação do Município de São Paulo, José Aristodemo Pinotti durante o talk show
Para comemorar seus oito anos de existência, a organização não governamental Cidade Escola Aprendiz realizou, no dia 28/09, o seminário "Escolas sem muros - uma nova geografia do aprendizado". O evento reuniu cerca de 200 pessoas, entre elas, Gabriel Chalita, 
Secretário de Educação do Estado de São Paulo, e José Aristodemo Pinotti, Secretário de Educação do Município de São Paulo. O encontro aconteceu  no teatro do Colégio Santa Cruz, no bairro de Pinheiros, zona oeste da cidade de São Paulo.



Tendo como proposta desenvolver programas que ampliem o espaço educativo, o Cidade Escola Aprendiz busca, através do modelo Bairro-Escola, integrar os agentes sociais e a comunidade transformando as cidades em comunidades educativas e assim, potencializar as possibilidades de aprendizagem e a melhoria da qualidade da educação pública.

"A educação não é uma responsabilidade só de governo,  só das escolas. É uma responsabilidade também da comunidade e da família. O que o Aprendiz faz é criar mecanismos de gestão em que escola, comunidade e família se integrem criando um único ambiente de aprendizagem", afirma o jornalista Gilberto Dimenstein, mentor do projeto Aprendiz.

Experiências inovadoras

Na primeira parte do seminário foram reunidas experiências bem-sucedidas de integração entre escolas e comunidade. Em formato talk show, conduzido por Dimenstein, a primeira mesa teve a participação de Ivete Mitiko Sinamoto, diretora da Escola Estadual Rodrigues Alves que relatou como o envolvimento da comunidade e da iniciativa privada contribuíram para reformar o prédio da escola inaugurada em 1919.

Mitiko falou também como a escola, localizada na Avenida Paulista, voltou os olhos para as "trilhas educativas" que o seu entorno oferece, como o Instituto Itaú Cultural, Parque Trianon, o Museu de Artes de São Paulo - MASP. Aplicando o conceito Bairro-Escola, esses locais passaram a ser uma continuação das salas de aula contribuindo para aumentar o interesse dos alunos pela escola.

Cesar Callegari, Secretário de Educação do município de Taboão da Serra (Grande São Paulo) inovou criando a figura do "professor visitante" que periodicamente sai da sala de aula para visitar os alunos em suas casas. A iniciativa promove a aproximação entre a escola e as famílias e apresenta resultados positivos. "Dia de visita é dia de festa, as pessoas se preparam para receber os professores. Para as crianças é um momento mágico, eleva sua auto-estima", afirma Callegari.

Para Gabriel Chalita, Secretário da Educação do Estado de São Paulo, o "elemento afetivo é a alma da educação", por isso essas experiências dão certo. "A relação humana é essencial no processo educativo e quanto mais próxima estiver a escola da comunidade melhor os resultados". A Secretaria Estadual de Educação desenvolve o programa Escola da Família, que abre as escolas estaduais nos fins de semana e envolve hoje cerca de 30 mil universitários que monitoram as atividades.

"É um projeto premiado em muitos países. Hoje há vários Estados copiando o projeto e isso é ótimo. É uma idéia simples que trabalha não só a questão do conhecimento, mas da convivência, da superação dos limites, de uma educação que seja mais aberta, democrática e participativa", diz Chalita.

Bairro-escola inspira outras cidades

O coreógrafo Ivaldo Bertazzo (de camisa vermelha) entrega o prêmio "Educador Inovador" a André Herculano dos Santos. Ao fundo, Gabriel Chalita, Secretário da Educação do Estado de São Paulo
Americana, no interior de São Paulo, também faz parte das cidades que ousam buscar novas formas de melhorar a qualidade do ensino público. O educador André Herculano dos Santos, que é cego, faz a ponte entre os interesses da comunidade e o que a Escola Sinésio Martins, onde ele trabalha, pode oferecer. A partir daí, ele se encarrega de organizar as atividades esportivas e culturais, além de cursos.

A Secretária de Educação do município de Praia Grande, litoral de São Paulo, Maura Costa Russo também contabiliza resultados positivos nas atividades desenvolvidas a partir da experiência Bairro-Escola. "Conseguimos baixar o índice de retenção dos alunos com o envlvimento das famílias e da comunidade nas atividades escolares".

A Universidade de São Paulo e a Universidade de Campinas passaram a incorporar o Bairro-Escola em programas de formação de diretores e professores das redes estaduais e municipais de São Paulo. As cidades de Praia Grande, Taboão da Serra, São Bernardo do Campo e São Paulo passarão a contar com a figura do professor comunitário para criar e administrar trilhas educativas que integrem bairro, cidade e escola.

O Cidade Escola Aprendiz entrega anualmente o troféu "Educador Inovador" a pessoas que se destaquem em suas áreas com ações a favor da educação. O coreógrafo e bailarino Ivaldo Bertazzo, premiado em 2004, foi convidado por Gilberto Dimenstein a entregar o troféu deste ano a André Herculano dos Santos por seu trabalho na Escola Estadual Sinésio Martins, em Americana (SP). 

"Educom tem que ser implantado"

No segundo momento do talk show, o Secretário Pinotti, que foi reitor da Unicamp entre 1982 e 1986, falou sobre o programa "São Paulo é uma Escola", prioridade de sua gestão, e lembrou o Programa de Formação Integral da Criança (Profic) que ele implantou quando Secretário Estadual da Educação (1986-1987) durante o governo Franco Montoro e que recebeu muitas críticas na época. "Apesar dos excelentes resultados, o Profic foi destruído por decreto, mas chegou a hora da escola em tempo integral, da cidade educadora, da escola usar as possibilidades culturais da comunidade. É uma oportunidade ímpar de implantarmos novos programas. O que nós não podemos é continuar conversando com projetos-piloto que não se tornam realidade".

Sobre a continuidade do Educom.rádio, projeto que ele defende desde o início da gestão, Pinotti afirmou: "O educom tem que ser implantado. É ridículo comprar equipamentos, treinar 455 escolas e, ao final, apenas 30 escolas utilizarem os equipamentos. Nós precisamos fazer esse programa funcionar".

Participou também da mesa, Sonia Maria Vanzella Castellar, da USP Leste, campus da Universidade de São Paulo na zona leste da cidade que desenvolve o projeto "Educador Comunitário", envolvendo sete coordenadorias de Educação e 360 professores. Olga Arruda, do projeto "O Centro é uma escola" relatou a experiência de implementar programas educativos no centro de São Paulo com a participação das escolas da região.

Diretor da Escola Municipal Comandante Garcia D´Ávila, Waldir Romero contou como conseguiu, através do samba, aproximar-se da comunidade e mudar o perfil da escola que fica localizada no Parque Peruche, zona norte da cidade. Romero encontrou no Carnaval, a forma de aliar educação, cultura e aprendizagem, ampliando as atividades para além dos muros da escola.

Pequenas revoluções locais

Ana Elisa Siqueira falou sobre o que levou a direção da Escola Municipal Amorim Lima a derrubar os muros e buscar, sem paredes, formas de promover a autonomia dos alunos, a solidariedade e a cidadania. Se no começo os pais se assustaram, hoje a escola tem o apoio e a colaboração da comunidade. 

Na sua segunda parte, o seminário dividiu o público em quatro salas para discutir o tema "Trilhas educativas como agentes de articulação comunitária" abordando a questão das artes plásticas, da gestão, da comunicação e da articulação comunitária.

Para Gilberto Dimenstein foi interessante ver tantas experiências diversificadas espalhadas por São Paulo e perceber o quanto a cidade é rica em iniciativas que a mídia desconhece. "Talvez a grande revolução paulistana sejam as revoluções locais, onde se consegue agregar os poderes municipais, estaduais e federal e os poderes comunitários convidando as pessoas a serem autoras e co-autoras de suas vidas", afirma


 
 
 
   
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