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  Encerrado 2º módulo ´´Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter´´
Terlânia Bruno
  26/09/2005

Sergio Pinto de Almeida em palestra que finalizou o módulo "Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter"
As discussões éticas e morais me interessam  muito mais que a técnica propriamente dita", afirmou o jornalista Sergio Pinto de Almeida, no último sábado (24), no encerramento do segundo módulo Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter. Almeida falou para o grupo de 17 estudantes que participaram da atividade e para convidados da Universidade Nove de Julho. Em seguida, o jornalista foi entrevistado pelos participantes.

O módulo, que  integra o Projeto Repórter do Futuro, cursos de extensão universitária voltados para estudantes de jornalismo, foi organizado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - ABRAJI - e OBORÉ, com apoio do Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo, Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, Cursinho Inteligente e Associação Viva o Centro. A atividade marca os 10 anos do  Projeto Repórter do Futuro.


Professor do Departamento de Jornalismo da PUC-SP, onde dá aulas há mais de 20 anos, Almeida ensina que a "técnica do jornalismo não é nenhum mistério, é uma questão de treinamento". Para ele, o jornalista não deve ser refém, por exemplo, do "ouvir os dois lados" e achar que isso é o bastante, mas também deve ter a preocupação de discutir os aspectos éticos do seu trabalho.

À partir da esq.: Marcelo Soares (ABRAJI), José de Alencar, Orientador Pedagógico do módulo, Sergio Pinto de Almeida, Segio Gomes (OBORÉ) e Álvaro Azevedo (Cursinho Inteligente)
Ele critica a forma como a Rede Globo cobriu a prisão do ex-prefeito Paulo Maluf e seu filho Flávio, colocando um repórter entre a equipe de policiais federais que prendeu Flávio. "O repórter compôs com a Polícia Federal é isso é uma clara irregularidade. Jornalista não é polícia", diz. Segundo ele, o perigo é que o jornalista, mais dia, menos dia, será cobrado por ter o "furo" facilitado.

Outro exemplo que ele cita como "desvio ético da pauta", é o repórter produzir suas matérias a partir de convites para viagens recebidos na redação, como ocorre no caderno Turismo da Folha de S. Paulo. "Hoje, isso é uma prática escancarada. E o compromisso do jornalista com a sociedade?". Além do compromisso ético, Almeida afirma que o bom repórter deve ser um profissional preparado, ler muito, estar bem informado sobre o entrevistado e aprender a pesquisar, porque "o arquivo é uma ferramenta fundamental".

Palestrante e coordenadores se revezaram na entrega dos certificados aos 17 estudantes que participaram deste módulo
Almeida lamenta que o jornalismo não seja mais um trabalho desenvolvido em equipe como há alguns anos. "Havia o auto-controle do que se fazia, levantando ou derrubando pautas". Ele aponta ainda a falta de bons contadores de história como mais um componente essencial, mas ausente na profissão. No seu entendimento, isso causou o empobrecimento do profissional jornalista.

Ele afirma ainda que o jornalismo como um todo perdeu de forma irremediável quando os jornalistas mais velhos foram afastados das redações. "As redações deviam pagar para que esses profissionais mais antigos continuassem convivendo com os colegas mais jovens. São esses jornalistas que conhecem a história recente do Brasil e que podem ajudar os mais novos a entender melhor o país".

Módulo começou em 20 de agosto e contou no seu encerramento, no dia 24 de setembro, com a visita de estudantes da Uninove
Apresentador do programa Jornal dos Trabalhadores, na Rádio 9 de Julho, e diretor da Editora Papagaio, Almeida falou sobre o seu trabalho na rádio e sobre duas matérias publicadas na revista Caros Amigos que ele avalia como "trabalhosas": a carta aberta ao cineasta Walter Salles, na época do lançamento do filme Central do Brasil; e a entrevista do jornalista José Simão. "Ambas demandaram criatividade, preparo (leitura) e muito suor", diz.

Depois da palestra e posterior entrevista coletiva, Almeida se uniu à coordenação do módulo para entregar os certificados aos estudantes e a reembolsa, que significa devolver ao participante o valor investido na atividade. Como todos cumpriram as tarefas pactuadas no início do módulo, receberam de volta o cheque no valor de R$ 600. 

Isto quer dizer que os estudantes não pagaram nada para ter o privilégio de entrevistar alguns dos mais experientes repórteres brasileiros: José Roberto de Alencar, orientador pedagógico do módulo; Roberto Gazzi, editor executivo de O Estado de S. Paulo; Evandro Spinelli, colunista do jornal A Cidade (Ribeirão Preto/SP); Fabio Altman, editor da revista Istoé Dinheiro; Frederico Vasconcelos, repórter especial da Folha de S. Paulo; Elvira Lobato, repórter especial da Folha de S. Paulo, além de Sergio Pinto de Almeida.


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