|
21/06/2001
Com o objetivo de reunir experiências bem-sucedidas da comunicação comunitária nas áreas rurais em países das Américas do Sul e Central, a Associação Cristã de Moços do Uruguai, através de seu Instituto de Desenvolvimento Humano, promove, de 19 a 22 de junho, em Montevideo, o seminário “A Comunicação Social em áreas rurais”.
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, México, Guatemala, Nicarágua, Paraguai, Peru e Uruguai estarão mostrando nesses dias, projetos desenvolvidos junto a comunidades rurais e indígenas.
A idéia da coordenação do evento, é que haja um intercâmbio de informações entre os participantes criando vínculos, a partir das experiências relatadas, para a formação de redes que contribuam para o desenvolvimento humano nas regiões rurais desses países que, em maior ou menor escala, são as áreas mais carentes.
A OBORÉ participa do encontro, representando o Brasil, com o histórico de implantação da Rede de Rádios do Sistema CONTAG de Comunicação através do programa de rádio “A Voz da CONTAG” que atualmente é transmitido por 524 emissoras em todo o Brasil. Dessas, 423 transmitem programas dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais filiados à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, as outras 121 emissoras integram a Rede Católica de Rádio.
Presente a abertura do seminário, o Ministro da Educação e Cultura do Uruguai, Antonio Mercader, não poupou elogios aos movimentos de comunicação popular e se disse admirador e apoiador das rádios comunitárias que a seu ver “são os veículos com os quais a comunidade local pode contar para ter voz própria, se informar e buscar o desenvolvimento humano e social tão necessário, principalmente nas áreas menos favorecidas”.
No Uruguai, não existe legislação para os serviços de radiodifusão comunitária e, a exemplo do que acontece no Brasil, as rádios comunitárias provocam a ira das grandes emissoras e têm sido combatidas. No entanto, a fala favorável do ministro da Educação e do Intendente de Montevideo (posto equivalente ao de governador), Mariano Arana, deixam claro que as autoridades do país são simpáticas à causa. “A legislação não as permite (as rádios comunitárias), em consequência, nós uruguaios, fazemos um grande esforço para mudar a legislação que penso ser demasiado restritiva e tudo que restringe a opinião de pensamento é negativo”.
O encontro, que reúne 45 participantes, acontece na sede da Intendência Municipal de Montevideo e tem o apoio da Fundação Kellogg, uma organização não governamental norte-americana.
|
|