No dia 14 de julho, durante reunião do Conselho Nacional de Saúde, em Brasília, Letícia Rodrigues da Silva, gerente de normatização e avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa, denunciou o risco do Brasil liberar a importação indiscriminada de agrotóxicos comercializados pelos países do Mercosul.

Segundo Letícia, o decreto que libera a importação - chamada de flexibilização - já foi preparado pelo Ministério da Agricultura e está pronto para ser encaminhado à sanção do presidente Lula. A informação chegou até a Anvisa através de funcionários de empresas produtoras de defensivos agrícolas.

Na prática, essa "flexibilização" vai eliminar a necessidade do registro desses produtos no Brasil. Hoje, para receberem autorização de comercialização, os agrotóxicos são obrigados a passar por uma série de exames que avaliam os riscos desses produtos aos seres vivos e ao meio ambiente.

Com a aprovação desse decreto, países como o Paraguai e Uruguai poderão vender livremente ao Brasil os agrotóxicos registrados em seus territórios. O problema é que nesses países existe pouco ou nenhum rigor nos testes de risco.

O Paraguai, por exemplo, registra em poucas horas um agrotóxico produzido na China. É bom lembrar que tanto China como Coréia, são reconhecidos internacionalmente como produtores de agrotóxicos que usam em suas fórmulas, substâncias banidas em diversos países (principalmente Europa e Estados Unidos), pelos efeitos nocivos que causam ao ser humano e ao meio ambiente.

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