25/06/2005
O Projeto Repórter do Futuro encerrou neste sábado 25, o módulo "Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter", desenvolvido desde o dia 16 de abril. O jornalista Marcelo Beraba, ombudsman do jornal Folha de S. Paulo e presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - ABRAJI, coordenadora do curso em conjunto com a OBORÉ, participou da aula de encerramento abordando a cobertura da violência no âmbito do jornalismo investigativo. "Formação do repórter precisa melhorar", diz Beraba
Segundo Beraba, a tendência dos jornais é levar ao leitor mais do que o simples registro factual da violência e da criminalidade. Para ele, o trabalho do jornalista deve, acima de tudo, ajudar a população a entender quais são as causas da violência. Ele entende que, para atingir esse objetivo, é necessário que o trabalho da imprensa melhore em alguns aspectos, começando pela própria formação do repórter, que precisa de um conhecimento mais aprofundado sobre leis, funcionamento do sistema judicial e políticas de segurança. Outro ponto, segundo Beraba, é o número reduzido das fontes de informação que, no caso da cobertura da violência, se restringe aos órgãos políciais.
O jornalista destaca ainda a falta de continuidade no acompanhamento dos casos abordados pela reportagem. "Uma das maiores reclamações que recebo por parte dos leitores, é que no início da cobertura de um grande caso, o jornal dá um grande destaque ao assunto, mas não acompanha os desdobramentos do processo e os motivos que levaram a condenação ou absolvição dos acusados na Justiça", afirma.
Beraba fez a entrega dos certificados aos estudantes; 19 dos 25 participantes receberam a Reembolsa porque compareceram em todas as aulas, produziram todas as matérias referentes às Conferências de Imprensa / Entrevistas Coletivas e conseguiram publicar ao menos uma delas em algum veículo de comunicação. Dezenove dos 25 participantes cumpriram esses quesitos.
O jornalista João Paulo Charleaux, do Comitê Internacional da Cruz Vermelha assistiu a palestra de Beraba e deu início às tratativas para a realização de um curso, no próximo semestre, em conjunto com a ABRAJI e OBORÉ, abordando questões relacionadas à cobertura da imprensa em conflitos armados.
Participaram das Conferências de Imprensa e concederam entrevistas coletivas aos estudantes, o jornalista Cláudio Tognolli, diretor da ABRAJI e repórter especial da Rádio Jovem Pan; Ana Maria Ciccacio e Teresinha Santana, da Associação Viva o Centro; José Aristodemo Pinotti, Secretário Municipal da Saúde; José Gregori, presidente da Comissão Municipal de Direitos Humanos; Maria Maeno, coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador /SP; José Carlos do Carmo, médico sanitarista e do Trabalho; Frederico Bussinger, Secretário Municipal dos Transportes, e o jornalista Gilberto Dimenstein, colunista da Folha de S. Paulo; a educadora pedagógica Ausônia Donato; e o arquiteto e ex-vereador Nabil Bonduki.
O curso teve o apoio do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo, Sindicato dos Professores no Estado de São Paulo , Cursinho Inteligente e Associação Viva o Centro
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