O Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de DST e Aids, lançou, no dia 17 de junho, uma série de dez reportagens sobre a aids em Moçambique. A convite do Programa Nacional, o jornalista Aureliano Biancarelli (biancare@uol.com.br) percorreu o país para relatar o que observou e ouviu. Durante quase um mês, ele coletou informações para produzir as matérias, que tratam dos vários temas relacionados à epidemia na nação africana. O trabalho pode ser lido no site www.aids.gov.br/mocambique.
As reportagens falam, por exemplo, dos estragos da aids no país, dos desafios dos projetos de prevenção da infecção pelo HIV e de assistência aos doentes, da corrupção e das ações oficiais que tentam enfrentar a epidemia. Costumes tribais, preconceito, direitos humanos e características da doença em mulheres, crianças e mineiros são outros assuntos relatados. "É um trabalho sensível e esclarecedor sobre a epidemia em um dos países que fica justamente na região do mundo mais afetada pela aids", diz Pedro Chequer, diretor do PN-DST/Aids.
100 mil mortes por ano
A África Subsaariana, região do continente onde fica Moçambique, tem 26 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids. Isso equivale a 65% de toda a população afetada pela epidemia no planeta, que é de 40 milhões de pessoas. Os números são do último boletim do Programa Conjunto das Nações Unidas para HIV/Aids (Unaids), divulgado em dezembro do ano passado.
Moçambique é do tamanho dos Estados de Goiás, Maranhão e Ceará juntos. Tem 20 milhões de habitantes e 1,5 milhão de pessoas contaminadas pelo HIV, o que corresponde a 7,5% da população total. A cada ano, a aids mata 100 mil moçambicanos. No Brasil, cuja população é nove vezes maior que a de Moçambique, o número estimado de soropositivos é de 600 mil - 2,5 vezes menos que o total de infectados no país africano.
Em Moçambique, existem 72 mil curandeiros, que cumprem os papéis de guia espiritual e de médicos nos distritos das 11 províncias. Médicos diplomados são somente 500. Uma legião de agências financiadoras e milhões de dólares prometidos por programas internacionais ainda não reverteram a tendência de crescimento da epidemia.
País de língua portuguesa, Moçambique é um dos parceiros do Brasil num programa de cooperação que, sem custos exorbitantes, vem dando certo. É o projeto Ntwanano, que na língua changana, um dos vários dialetos locais, quer dizer aliança e entendimento. O acordo foi assinado há dois anos, entre os Ministérios da Saúde do Brasil e de Moçambique, e tem a participação de organizações não governamentais dos dois países.
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