13/06/2005
Um dos mais experientes fotógrafos brasileiros, Jorginho quer registrar o que a Vila Buarque "mostra às claras". Com "O Pequeno Jornaleiro", ao lado de parte da equipe da OBORÉ, no Espaço Fortuna. À partir da esq: Cley, Terlânia, Luiza, Rafael, Sergio e Cristina
Fotojornalista autodidata, Jorge Araújo não é apenas um dos principais repórteres fotográficos do Brasil, nem o mais viajado de todos eles. Não sabe quantas milhas já andou de avião mas sabe que registrou " mais de três mil minutos de silêncio em campos de futebol". Não tem idéia de quantos países já carimbaram seu passaporte mas tem contabilizado "700 quilômetros de marchas e passeatas. Andando de costas".
Jorginho é membro do Conselho de Orientação Profissional do Projeto Repórter do Futuro, desde o seu início, em 95, e esteve visitando as instalações da OBORÉ no último dia 10 de junho, sexta-feira, ocasião em que pôde ter mais detalhes a respeito do estágio atual do Projeto VivaVila Buarque que, por sinal, também tem 10 anos de existência.
"Estou dentro ! Viajo agora para a Bolívia e, em julho, para a Escócia: reunião do G8. Nesse intervalo quero registrar o que a Vila Buarque mostra às claras para todos, todas as semanas. Não digo que faço agora o registro da "alma" da Vila. Isso fica para a volta da Escócia. Quero fotografar, por exemplo, a grande feira de material de artes plásticas que se espalha, todos os domingos, por estas ruas e estacionamentos". Na opinião do Jorginho, nenhum outro bairro tem mais "autoridade moral "para ocupar as empenas cegas, os paredões dos seus edifícios com obras dos grandes artistas paulistanos do que a Vila Buarque porque é aqui, neste bairro, que toda a cidade vem se abastecer de material de pintura.
Jorginho nasceu em Salvador, em 1952, e trabalha desde 1973 na Folha de S. Paulo. É um dos grandes nomes do fotojornalismo brasileiro, tendo documentado quatro Copas do Mundo (1978, 1982, 1986 e 1998), diversos outros eventos esportivos, como corridas de fórmula Indy e a Copa das Américas, bem como viagens e campanhas presidenciais e outros importantes eventos políticos. Entre os diversos prêmios que conquistou, destacam-se o Prêmio Esso de 1979 e o Prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos, com o qual foi agraciado em quatro oportunidades, em 1983, 1984, 1985 e 1987, respectivamente. É autor do livro Uma ferida aberta na selva (1984). |