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  Anatel fecha Rádio Novo Ar

  23/05/2005

A Rádio Novo Ar, de São Gonçalo (RJ) foi fechada na sexta-feira 20, às 14h45, por agentes da Anatel que se identificaram como Marcio Lobato, Mario Correia e o motorista Marcio. Eles estavam num carro com placa de Curitiba, relata Maria das Graças de Souza Rocha, presidente da Comunidade Novo Ar. "A comunidade foi acuada com a presença de policiais da Polícia Militar, que foi chamada a partir do momento que o diretor Rubenir reagiu diante dos agentes que não tinham mandado. Todos os equipamentos foram lacrados." São Gonçalo é uma das cidades que aprovaram lei autorizando o funcionamento das rádios comunitárias.

A seguir, a íntegra do relato:

"A Comunidade Novo Ar tem o seu pedido de autorização desde 1998 com o processo número 53770000419/99 e vem fazendo um trabalho de desenvolvimento na comunidade desde 1996, realizou vários projetos junto a comunidade solidária, a Unicef, a Fundação do Banco do Brasil, tendo parcerias com o Ministério das Comunicações, Banco do Brasil, entre outras.

A rádio funciona com gestão pública, tem 2400 sócios, 98 entidades participantes. O capital social que a rádio consegue fazer reforça as parcerias. Hoje a Comunidade Novo Ar, tem uma estação digital com 14 computadores ligados a internet banda larga da Gesac, uma agência comunitária de emprego com a parceria de 3.500 empresas cadastradas no município e nas adjacências. Tem uma biblioteca com 4 mil livros e 5 computadores gratuitos para acesso a pesquisa escolar e à disposição dos alunos do pré-vestibular comunitário em parceria com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro. 

A rádio promove curso de capacitação em produção de rádio operação de áudio e locução; tem 75 pessoas trabalhando na Comunidade Novo Ar; tem parceria com a Secretaria de Governo do Estado com o primeiro emprego e geração de renda; tem 35 mulheres cadastradas com trabalho de artesanato em parceria com a Economia Solidária; tem curso comunitário com salas de pré-vestibular, hoje com o cadastro de 250 jovens, onde há aulas de campo, em visita à bienal do livro, reserva de guapimirim, salas de teatro, cinema e dança.

Tem curso de bombeiro hidráulico, pedreiro,  auxiliar eletricista predial, e latrileiro, com prática em obras em casas populares. Estes alunos, além da aula prática têm aulas de português, matemática, inclusão digital, história, aulas de cidadania e direitos humanos, inclusive o direito de comunicar e participação em parceria com a  Fundação Bento Rubião.

Tem utilidade pública no município, moção da Assembléia Legislativa e Câmara Municipal, prêmio do Unicef e Banco Mundial. Conta com a participação popular diária com 1000 telefonemas, todos registrados através de bina e computador. A Novo Ar tem parceria com as Secretarias de Educação, Cultura e Conselho Tutelar. É inscrita no Conselho Municipal da infância e juventude, Abrapia e a Fia. Sua programação gerou o Conselho da Criança e do Adolescente, Conselho Municipal de Cultura, Conselho Estadual de Psicologia e Conselho Municipal de Comunicação.

A rádio tem outorga da Prefeitura de São Gonçalo através da lei 019/2004 em que o juiz federal Dr. Rogério Tobias de Carvalho deu como impossibilidade jurídica e extinguiu o processo no dia 26/04/04  e a Drª Isabel Maria de Figueredo Souto concedeu parcialmente a tutela liminar requerida para o município de São Gonçalo até o fim da presente judice.

Todo o trabalho foi parcialmente impedido pelo fato da lacração, pois como foi dito, todo o capital social é proveniente da Rádio Comunitária Fm Novo Ar. Toda ação foi filmada pela TV Comunitária local canal 36, vários jornais da cidade estiveram presentes. Outras rádios comunitárias que estavam fechadas ou abertas estiveram em solidariedade a Comunidade Novo Ar.

O procurador da Câmara de Vereadores Dr. Fernando Cesar e todos os 21 vereadores estão dando apoio à Comunidade Novo Ar. Vários deputados estaduais e federais também manifestaram sua solidariedade.
 
Perguntamos então, até quando iremos suportar esta invasão e esta repressão sem atitude mais definida? Precisamos fazer uma corrente, para que a Rádio Novo Ar volte a funcionar, esta comunidade plural e democratica tem, de fato. o direito de se comunicar.

Na hora do fechamento, estava no ar era o programa "Mulher em ação" que já recebeu moção de várias entidades, como Abrabia e União Brasileira de Mulheres. O programa trabalha com advogadas, psicólogas, médicas, fonoaudiologas, assistentes sociais, técnicas de enfermagem, promovendo o direito da mulher e consegue várias denúncias de violência contra as mulheres. É o ponto chave para o desenvolvimento do projeto Economia Solidária.

Vários sindicatos, como o Sindprev, Têxteis e pesca tem programas na Fm Novo Ar. Associações de Moradores e vários partidos têm a sua programação também. O direito do trabalhador e da Previdência são amplamente discutidos. Outro trabalho desenvolvido é a promoção musical, com o cadastro de 65 músicos que têm suas obras amplamente divulgadas.

A comunidade desenvolveu parceria com estúdio de gravação e tem como principal característica tocar as músicas dos artistas locais. As igrejas também são contempladas, tendo apoio de várias religiões. Em carta aberta, várias pastorais fazem seu trabalho de divulgação na FM Novo Ar que tem também o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Civil, através de documentos.

Faz parte da FARC, AMARC, ABRAÇO, FNDC, e contribuiu para a organização da regional com cinco computadores e uma sala onde pretende fazer uma agência de noticias local. Foi a organizadora das rádios locais e da TV Comunitária; tem 11 mil assinaturas a seu favor e
parceria com a Mudes, e com a Universidade Federal Fluminense, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Faculdades Universo e Paraíso.
 
Enfim qual é a atitude agora?  Em alerta e com grande esperança"

Maria das Graças de Souza Rocha
Presidente da Comunidade Novo Ar

 
 
 
   
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