20/05/2005
Segunda-feira, 23 de maio, tem programa especial na Vila Buarque: a pré-estréia do documentário "Vila Buarque - Um ponto de Cultura". Dirigido por Dimas de Oliveira Jr. (direção artística e roteiro) e Luis Felipe Harazin (direção técnica), o documentário apresenta a história do bairro e suas curiosidades, como a criação da primeira escola de ballet clássico pela bailarina russa Maria Olenewa, instalada na Rua Rego Freitas, e a história romântica da cortesã dos anos 20, Nenê Romano, a rainha das noites mundanas de Vila Buarque, assassinada aos 21 anos, em 1923.
Além dessas e outras histórias, o documentário é enriquecido com depoimentos de pessoas que moram ou trabalham no bairro (ou as duas coisas): Sergio Gomes, da OBORÉ, Carlos Seabra, do IPSO, Etty Fraser, Marcelo Quintanilha, Alexandre Ferreira, Adriano de Angelis.
O documentário tem produção executiva de Branca Regina Rosa e produção da WeDo Comunicação em parceria com a STV - Rede Sesc Senac de Televisão.
Uma Vila no centro de São Paulo
A Vila Buarque surgiu na última década do século XIX da antiga chácara do primeiro diretor da Academia de Direito do Largo de São Francisco, o General José Arouche de Toledo Rendon, quando seus descendentes juntamente com o Senador Rodolpho Miranda e o engenheiro Manoel Buarque de Macedo resolveram loteá-la com planejamento do escritório Martim Burchard. Foi dos primeiros bairros a possuir luz elétrica e água encanada em suas casas.
O Largo do Arouche, coração da Vila Buarque, abriga pontos tradicionais da gastronomia paulistana como: O Gato que Ri, que alimenta os amantes da culinária italiana, fundado em 1951, e o restaurante francês Le Cassarole, fundado em 1954. Alguns poucos prédios residenciais das décadas de 20, 30, 40 e 50 resistem bravamente ao tempo no local; a Casa do Turismo; o prédio da Academia Paulista de Letras; os bustos de seus imortais exibidos nos jardins do largo e a curiosa escultura de uma figura feminina em bronze criada pelo artista Victor Brecheret, que recebeu o nome de Depois do Banho, que repousa rodeada por arvores centenárias desde 1940. Isso sem falar no Mercado das Flores e na Feira de Artes e Artesanatos que acontece aos domingos na Praça da República e é conhecida internacionalmente.
A Vila Buarque foi cortada ao meio pelo Elevado Costa e Silva, conhecido como Minhocão, inaugurado em 1970, vira praia nos fins de semana. Chamado de "cenário com arquitetura cruel" e "uma aberração arquitetônica", até hoje não é bem visto pela população da região, que entre outros graves problemas teve seus imóveis desvalorizados.
Considerada decadente pelo senso comum e pouco atrativa ao faro imobiliário, os trinta quarteirões da Vila Buarque começam a sair da UTI, jornalistas e artistas lideram o projeto Viva a Vila Buarque, de revitalização do que já foi a Broadway Paulista.
Pré-estréia Documentário "Vila Buarque - Um ponto de Cultura" - 50 min. Dia 23 de maio, segunda-feira, às 19h30 Biblioteca Monteiro Lobato Rua General Jardim, 485 - V. Buarque
Informações: tel (11) 3256.4122 bibmonteirolobato@ig.com.br
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