Conhecer o centro da cidade em que se vive é obrigação de todo cidadão. Mais ainda se esse cidadão ou cidadã pretende ser repórter. Assim, a primeira atividade dos estudantes que participam do curso "Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter" do Projeto Repórter do Futuro, no último sábado (23), foi um passeio turístico-cultural pela região central da cidade. Saindo do Shopping Center Light, na Rua Xavier de Toledo com Viaduto do Chá, o grupo de estudantes, acompanhado por guias de turismo, percorreu a trilha histórica passando pela Praça Patriarca, Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, palco de importantes manifestações políticas, Catedral Metropolitana da Sé, Igreja da Ordem Terceira do Carmo, Páteo do Colégio, berço da Vila de Piratininga e marco da fundação da cidade, e Mosteiro de São Bento. O passeio, que começou às 10 horas, teve duração de pouco mais de duas horas.

De volta ao ponto de partida, os estudantes almoçaram e seguiram para a OBORÉ onde as representantes da Associação Viva o Centro (AVC), Ana Maria Ciccacio (foto abaixo, à dir), assessora de imprensa, e Teresinha Santana, coordenadora do Programa de Ações Locais, proferiram palestra sobre a história e as principais atividades da AVC que, desde 1991, luta requalificação do centro paulistano, em seus aspectos urbanísticos, culturais, funcionais, sociais e econômicos. O objetivo da entidade é transformar o centro da cidade num grande e eficiente Centro Metropolitano, que contribua para o pleno acesso à cidadania e bem-estar da população.

Para isso, a AVC voltou-se para estruturar a sua área de comunicação, ação que teve o apoio de Jorge da Cunha Lima, ex-presidente da Fundação Padre Anchieta e da Fundação Cásper Libero, e do jornalista Julio Barreto (falecido no início deste ano) que implantaram a assessoria de imprensa e criaram algumas das publicações da entidade. Uma delas, o "Informe Viva o Centro", com tiragem mensal de 18 mil exemplares, é editado por Ana Maria que também é editora assistente da revista URBS, publicação que existe há mais de oito anos.


De acordo com Ana Maria, sem a adesão da mídia impressa e eletrônica a AVC não teria levado adiante seu projeto e não teria conquistado a adesão dos cidadãos paulistanos. "O projeto da Associação Viva o Centro ainda está em construção, mas já é uma conquista de toda a sociedade civil".

Trabalhando localmente

Responsável pelo Programa de Ações Locais, Teresinha Santana conta que uma das iniciativas do programa foi elaborar um dossiê já entregue ao Ministério Público, denunciando a ocupação irregular do espaço público pelos camelôs. Houve ainda a participação do programa na implantação do policiamento comunitário que não deu certo, segundo ela, porque faltou o envolvimento da comunidade, além da resistência por parte da própria corporação.

O programa cuida ainda da doação de equipamentos para entidades sociais que trabalham no centro e atendem a população de rua, além de produzir documentários e promover mutirões de lavagem de ruas e recuperação de jardins. Segundo Teresinha, a primeira fase do programa já está consolidada e hoje, as atividades se voltam para a capacitação das cerca de 4 mil pessoas que participam do projeto, entre conselheiros e diretores dos núcleos. O principal desafio, diz, é "vencer a visão privatista, o imediatismo das pessoas."

O curso "Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter" segue neste sábado (30) com a presença, já confirmada, do Secretário Municipal da Educação, José Aristodemo Pinotti.

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