24/11/2004
O jornalista alemão Günter Wallraff esteve ontem (22/11) no Espaço Aloysio Biondi, na OBORÉ, para conversar com um grupo de jornalistas da ABRAJI- Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - e com a equipe da OBORÉ. Wallraff, veio a São Paulo para um seminário promovido pelo Instituto Martius-Staden com o apoio da ABRAJI. O diretor do Instituto, Dirk Brinkmann, e a cooordenadora de projetos, Martina Marklinger, acompanharam o jornalista que disse ter muito respeito pelos colegas brasileiros que estão fazendo um trabalho parecido com o que ele fez na Alemanha nos anos 70 e 80. Durante a conversa, foram abordadas várias passagens da carreira do jornalista que sempre se dedicou a trabalhos investigativos com a característica de se disfarçar e se infiltrar no ambiente enfocado em suas reportagens, método que tem lhe rendido alguns processos. As investigações, ele garante, têm limite, jamais invadem a vida íntima dos investigados.
O seu livro mais conhecido é "Cabeça de turco" que conta a exploração do trabalho dos estrangeiros pelas indústrias alemãs nos anos 80. Outro bastante importante é "Fábrica de mentiras" que retrata o dia-a-dia de um jornal sensacionalista da Alemanha.
Wallraff é hoje o maior nome no jornalismo investigativo, e não à toa, uma enciclopédia sueca incorporou o verbo ´wallraffen´ como sinônimo das técnicas usadas pelo repórter. Apesar de não divulgar em qual projeto está envolvido no momento, o jornalista sinalizou o interesse em desenvolver um trabalho na América Latina. Alguns temas relacionados à rotina de trabalho de seringueiros, garimpeiros ou trabalhadores nas fábricas brasileiras foram mencionados como possíveis de investigação aplicando seu método.
Wallraff tem um site (em alemão) que dá conta de sua movimentada vida profissional: www.guenter-wallraff.com
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