As atividades foram coordenadas
pela equipe da OBORÉ Projetos Especiais que, a serviço do MEC, percorreu lados
diversos do País na tentativa de sensibilizar os comunicadores para os temas da
Educação brasileira. Os comunicadores foram convidados a refletir sobre o
processo que culminou na Lei de Diretrizes e Bases, de 1996, e as peculiaridades
dessa lei, que ainda não foram implementadas efetivamente na prática.
O objetivo dos encontros era
também fornecer ao radialista subsídios para que ele exerça de fato seu papel de
educomunicador e possa contribuir, no dia a dia de suas atividades, na
divulgação de informações que estimulem o controle social da Educação,
fiscalizando desde a verba destinada às escolas do município até a qualidade da
merenda escolar.
Importante destacar que nossa
Constituição defende o controle social como um caminho legítimo e indispensável
na conquista de uma vida digna e plena para todos: isso refere-se não só à
Educação, mas também às questões ligadas à Saúde, Habitação, Transporte,
Segurança e tudo o mais que signifique conhecer os seus direitos e lutar
para que eles sejam legitimamente conquistados.
“Eu aprendi como a gente deve
inserir em nossos programas de rádio o tema Educação e como mobilizar a
comunidade para esse tema. Assim, adultos e crianças entrarão na luta para uma
educação de primeiríssima qualidade”, disse Idalvan Pereira dos Santos, da Rádio
Comunitária Campo Novo, assentamento rural no município de Jequitinhonha, Minas
Gerais.
Vanderson Cruz, da Rádio Belo
Ramo, de Belo Horizonte, completa: “Estou levando a idéia de que não é só culpar
as autoridades de Educação, de jogar a culpa no governo. Mas reunir a comunidade
para desenvolver um trabalho conjunto. A oficina abriu muitas janelas para mim.
Fiquei informado de como funciona a questão de distribuição de recursos,
merenda, de como eu vou poder encaixar isso não minha rádio para ajudar a
comunidade”
Para ele, a única deficiência foi
a falta de tempo. “Foi muita coisa em um só dia”, disse. Aliás, essa foi a
queixa da grande maioria dos participantes. Andiara da Trindade Paz, do grupo
Tessituras Educacionais do Brasil, de Porto Alegre, afirma que “foi um dia com
muito conteúdo para pensar e refletir e o único problema é a falta de um
compromisso de continuidade desse trabalho”.
Jaqueline Oliveira, da Rádio
Cidade de Sumé, que participou da oficina de João Pessoa, na Paraíba, extrapola
a experiência adquirida na oficina para outras áreas do conhecimento:
“Aprendemos muito, dividimos várias experiências. A gente espera encontros como
este não só a área de educação, mas também da saúde e de outros aspectos que
possam despertar na comunidade esse gosto pela discussão, pela participação
popular, pela democratização das ações de governo.”
Os certificados, assinados pelo
Ministro da Educação, Tarso Genro, estão sendo enviados pelo correio a todos os
participantes.