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12/04/2001
Uma história inacreditável: Josué Tenório de Souza e Laércio José Francisco, dois dirigentes sindicais do município de Jaqueira, 159 km de Recife, estão encarcerados no Presídio de Palmares porque entraram em suas próprias casas. Eles estavam proibidos pela juíza da Comarca de Maraial, Maria do Carmo de Moraes Melo, desde setembro do ano passado, de entrarem no Engenho Barro Branco, palco de intensa luta entre patrões e empregados por questões trabalhistas. O detalhe de toda a confusão é que os dois trabalhadores rurais nasceram e moram ainda hoje no Engenho.
A Fetape (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado de Pernambuco) chegou a agendar uma reunião com a presença da direção do Engenho e com a DRT (Delegacia Regional do Trabalho), mas ficou falando sozinha. Os donos da propriedade não apareceram.
Apesar da situação absurda, o “interdito proibitório” expedido pela juíza é legal. Segundo alguns juristas consultados pela reportagem, no entanto, a atitude evidencia a importância que a Justiça brasileira dá à propriedade em detrimento do bem estar e da dignidade da pessoa humana.
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