23/07/2003
No próximo dia primeiro, será
lançado o livro Jornalismo Brasileiro (Editora Sulina, Porto Alegre),
do professor José Marques de Melo. O trabalho traz, na verdade, os
primeiros resultados de uma pesquisa bem maior, que o autor vem desenvolvendo há
10 anos. "E quero desenvolver por mais 30", brinca.
Partindo da idéia de que o jornalismo se
desenvolveu de forma bastante particular no Brasil - fato que pode ser visto
tanto na produção como na forma de organização dentro das empresas jornalísticas
-, Marques de Melo propõe uma análise comparativa dos processos jornalísticos,
no tempo e no espaço. Assim, ele faz, ao mesmo tempo, a descrição dos
cenários, o regaste das biografias dos seus personagens principais
e a análise dos possíveis rumos e tendências.
A principal preocupação, diz o autor, é socializar
os estudos com as gerações que se iniciam na atividade jornalística. "Os novos
profissionais tem de conhecer essa riqueza. Infelizmente, estão de costas
viradas para o Brasil. Muitas vezes sabem mais da crise do New York Times
do que da realidade da imprensa brasileira", diz ele.
O livro está dividido em três parte principais. Na
primeira, batizada de "Itinerários", aborda a passagem de figuras como Hipólito
da Costa, Rui Barbosa, Werneck Sodré, Freitas Nobre, Walter Sampaio e Octavio
Frias pelo jornalismo brasileiro. Já a segunda parte, "Evidências", trata de
temas como jornalismo esportivo, radiojornalismo, telejornalismo,
mulher-jornalista, artigo científico e entrevista jornalística. Finalmente, a
terceira, chamada "Polêmicas", traz assuntos como exclusão midiática, cultura do
silêncio, gueto acadêmico, descompasso histórico e crise de identidade.
Jornalista profissional há 44 anos, o autor fundou
o Departamento de Jornalismo e Editoração da Universidade de São Paulo (USP) e
mais recentemente participou da criação do Laboratório de Estudos Avançados de
Jornalismo (LABJOR) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é
Titular da Cátedra UNESCO de Comunicação da Universidade Metodista de São Paulo
(UMESP), presidindo a Rede Alfredo de Carvalho para a Preservação da Memória da
Imprensa e a Construção da História da Mídia no Brasil.
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