09/06/2003
Poucos paulistanos sabem da quantia de nacionalidades
que convivem dentro de São Paulo. Muito mais que as descendências portuguesa,
indígena e negra, a mistura paulista teve influência da imigração de mais de 60
países. No início do século passado, chegavam estrangeiros de diversas partes do
mundo em busca de oportunidades e aqui eram acolhidos.
Menos intenso que naquela época, o fluxo migratório ainda continua.
Bolivianos, paraguaios, peruanos, chilenos, argentinos. Na maioria das vezes,
são encorajados por uma promessa de trabalho. Alguns chegam sozinhos, outros com
as famílias, fazendo da metrópole um mosaico multicultural. Para se ter uma
idéia, só a comunidade boliviana, que migra sobretudo para servir de mão de obra
nas confecções da região da Luz, forma na capital 30 ligas de futebol,
contemplando 800 times que entram na disputa todos os fins de semana. Ou seja,
só os jogadores bolivianos formam um grupo de 10 mil pessoas. A população
de latinos, ao todo, é estimada em 400 mil moradores.
Uma boa oportunidade para conferir essa diversidade
é participar da Festa Internacional dos Migrantes, nos próximos dias 21 e 22. Na
ocasião, a "diferença cultural", muitas vezes motivo de desavenças, será a razão
da comemoração. O show fica por conta de grupos folclóricos típicos da Grécia,
de Cabo Verde, Argentina, Egito, Bolívia, Paraguai, Peru, Itália, Alemanha e
muitos outros. Cada um dos países - serão pelo menos 20 - apresentará, também,
suas especialidades gastronômicas.
Promovida pela Pastoral do Migrante desde 1990, essa comemoração típica tem
como principal objetivo fortalecer o laço de amizade entre as diferentes
comunidades imigrantes que vivem na capital paulista. "O desafio é promover a
tolerância entre os povos", diz o padre Roque Renato Patussi, da Pastoral e
membro da equipe de coordenação da festa.
13ª Festa Internacional dos Migrantes Dia 21/06, das
16h às 23h, e dia 22/06, das 10h às 22h. Igreja Nossa Senhora da Paz: Rua do
Glicério, 225, Liberdade, São Paulo. Entrada a R$ 4. Grupos de
estudantes, com carta da escola, pagam R$2.
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