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23/03/2001
Manoel José dos Santos, agricultor de Serra Talhada no sertão pernambucano e membro do PT (Partido dos Trabalhadores), venceu mais uma vez as eleições para a presidência da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e mantém-se à frente da entidade por mais quatro anos.
Santos disputava o cargo contra Edson Pimenta, presidente da Fetag-BA (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado da Bahia), filiado ao PcdoB (Partido Comunista do Brasil).
Santos assume a Confederação com o desafio de recompor uma base dividida, onde 36% dos delegados preferiam ter o baiano, Pimenta como presidente.
A Contag, entidade filiada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), desde 1995, coordena hoje 25 Federações Estaduais e mais de 3.660 sindicatos de trabalhadores rurais em todo o Brasil, sendo a maior Confederação do País e uma das maiores potências do mundo sindical em todo o mundo.
No campo da reforma agrária, a Contag ficou conhecida pelas formas de pressão através de movimentos de massa, como o Grito da Terra Brasil, a Marcha das Mundial das Mulheres e a Marcha Global Contra o Trabalho Infantil.
Apesar das duras críticas que faz ao Governo, a Confederação mantém o mínimo de diálogo necessário para arrancar conquistas importantes como a implementação do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), a principal linha de crédito dos agricultores familiares.
Sua relação com o MST (Movimento Sem-Terra) tem sido inconstante, alternado períodos de entendimento – sobretudo em articulações feitas com a ajuda do PT (Partido dos Trabalhadores) – e atrito, com no caso mais recente, em Arinos, noroeste de Minas Gerais, onde membros do MST expulsaram agricultores ligados à Contag, na Fazenda da Roça. |
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