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  Assessores de Comunicação do Judiciário manifestam apoio ao PL 145/01
Terlânia Bruno
  25/04/2003

Os 250 participantes do VI Encontro Nacional de Assessores de Comunicação do Poder Judiciário e do Ministério Público , realizado de 22 a 24 de abril em Curitiba, aprovaram por unanimidade, moção dirigida ao Ministério das Comunicações e Câmara Municipal de São Paulo por iniciativas relevantes de promoção da cidadania.
 
Uma delas diz respeito a criação, no Ministério das Comunicações, do Grupo de Trabalho encarregado de desengavetar, no prazo de 90 dias, a contar de 2 de abril passado, os milhares de processos de rádios comunitárias que aguardam autorização para funcionar.
 
A outra iniciativa destacada no documento  "Moção em Defesa da Democracia na Comunicação para facilitar o acesso à Justiça pelo Cidadão" é a do Colégio de Líderes dos Partidos da Câmara Municipal de São Paulo que decidiu colocar em votação, ainda neste semestre, o projeto de lei 145/01. De autoria dos vereadores Carlos Néder (PT) e Ricardo Montoro (PSDB), o projeto regulamenta as emissoras de baixa potência na Capital de São Paulo.
 
De acordo com o documento, as duas empreitadas contribuirão para "levar mais longe e a cada lar brasileiro as informações e orientações destinadas ao cumprimento da Justiça e ao gozo pleno da Cidadania".
 
Durante o encontro, os assessores debateram os novos rumos da comunicação pública no país, a partir de debates sobre o tema "As fronteiras entre os interesses e a transparência da informação". Ao final, foi aprovada a Carta de Curitiba com os principais compromissos assumidos pela categoria no evento. Leia a seguir, os dois documentos:
 
Moção em Defesa da Democracia na Comunicação para facilitar o acesso à Justiça pelo cidadão
 
Ao Ministério das Comunicações
À Câmara Municipal de São Paulo
 
Os participantes do VI Encontro Nacional de Assessores de Comunicação do Poder Judiciário e do Ministério Público, reunidos na cidade de Curitiba nos dias 22, 23 e 24 de abril de 2003, dirigem sua palavra de apoio ao Ministério das Comunicações e à Câmara Municipal de São Paulo por duas iniciativas em curso e que terão grande impacto sobre a conquista de Direitos pela Cidadania Brasileira.
 
1º - O Ministério das Comunicações determinou a criação de Grupo de Trabalho presidido por Eugênio Fraga, constituído por representantes dos diversos Poderes e personalidades da Sociedade Civil para, dentro de 90 dias (tomando-se o dia 2 de abril como data-base) decidir sobre a autorização de funcionamento de milhares de rádios comunitárias. Esses processos estavam "detidos" há anos no Ministério e agora serão "julgados".
 
2º - O Colégio de Líderes dos Partidos com representação na Câmara Municipal de São Paulo decidiram colocar em votação, ainda neste semestre, Projeto de Lei 145 de autoria conjunta dos vereadores Ricardo Montoro (PSDB) e Carlos Néder (PT) que prevê a liberação de rádios comunitárias de baixa potência, no território da Capital, conforme reza a Constituição Brasileira.
 
Consideramos que essas duas empreitadas contribuirão de forma efetiva para levar mais longe e a cada lar brasileiro as informações e orientações destinadas ao cumprimento da Justiça e ao gozo pleno da Cidadania.
 
Carta de Curitiba
 
Os assessores de comunicação do Poder Judiciário e Ministério Público, reunidos durante o IV Encontro Nacional dos Assessores de Comunicação do Poder Judiciário e Ministério Público, realizado entre 22 e 24 de abril de 2003 em Curitiba, cujo tema foi as fronteiras entre os interesses do Poder e a transparência da informação, decidiram:
 
1. Comprometer-se com uma comunicação voltada para esclarecer o cidadão, contribuindo para a transparência da organização e o acesso à Justiça, considerando que a informação, como prevê a Constituição, é um bem público, assim como já foi reafirmado em cartas anteriores
 
2. Desenvolver atividades voltadas para o aprimoramento dos membros do poder Judiciário e Ministério Público no que se refere à comunicação, realizando mesas redondas, cursos e outras atividades, buscando, inclusive a parceria das organizações de classe e escolas da magistratura e do Ministério Público.
 
3. Contribuir para o desenvolvimento da Pesquisa sobre o Perfil das Assessorias de Comunicação do Judiciário e Ministério Público
 
4. Transformar a Assessoria em parceira do Canal Justiça – o site dos assessores de comunicação do Judiciário e Ministério Público, fazendo com que este se consolide como uma grande agência de notícias do Poder Judiciário e Ministério Público e também fonte de pesquisa para estudiosos da comunicação e outros profissionais, comprometendo-se com a divulgação do mesmo.
 
5. Reafirmar a necessidade de participação das assessorias de comunicação na implantação e gerência dos sites das instituições, transformando a Internet em instrumento eficaz de divulgação, dando ênfase às seções de notícias e criando espaços de interação para o aprimoramento da relação com os públicos-alvo da organização.
 
6. Reconhecer a contribuição decisiva que o STF deu para a democratização da informação ao implantar um modelo inédito de gerenciamento da Tv Justiça, com a descentralização da produção que contempla participação de todas as assessorias do Judiciário e Ministério Público, e afirmar a necessidade de consolidação desse modelo, com a estruturação das assessorias
 
7. Agraciar com o título de Membro Benemérito do Fórum Nacional de Comunicação e Justiça o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio Melo, em reconhecimento à contribuição que o Exmo. Ministro deu à comunicação pública com a implantação da Tv Justiça
 
8. Aprovar moção de repúdio à aprovação da lei da improbidade administrativa, que estendeu o foro privilegiado aos ex-ocupantes de cargos públicos
 
9. Aprovar moção de apoio em defesa da regulamentação, pelo Ministério da Comunicação, do serviço de radiodifusão comunitária, e também em defesa do projeto que cria a lei de radiodifusão comunitária no âmbito municipal, ora em trâmite na Câmara Municipal de São Paulo.
 
10. Assumir o compromisso conjunto de dar ampla divulgação à carta de Curitiba, bem como ao Prêmio Nacional de Comunicação e Justiça, cabendo Fórum Nacional de Comunicação e Justiça remeter comunicação oficial a todos os dirigente e membros dos órgãos do Poder Judiciário e dos Ministérios Públicos, inclusive associação de classes ligadas ao meio jurídico, anexando a carta.
 
11. Fica indicada como sede do próximo encontro a cidade de Recife, tendo sido aceito o convite conjunto formulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), Conselho Superior da Justiça Federal, Tribunal Regional Federal da 5 Região, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Tribunal de Justiça, com data inicial prevista para os dias 25 e 27 de março.
 
Reafirmando as cartas de São Luis, Minas Gerais e Alagoas: Lutar pela criação de unidades de comunicação social no quadro das instituições do Judiciário e do Ministério Público;
 
Repudiar as iniciativas que pretendem vedar a transparência e suprimir os direitos à informação e a livre expressão. Não à mordaça, sim ao acesso à informação.
 
 
 
   
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