18/05/2018
Para marcar os 50 anos dos acontecimentos de maio de 1968, em 23 de maio, às 18h30, o CEDEM - Centro de Documentação e Memória da Unesp - promove debate intitulado 1968: Movimento estudantil e ditadura militar no Brasil. Na ocasião, os professores Maria Ribeiro do Valle e Pablo Emanuel Romero Almada, ambos da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, Câmpus de Araraquara, exporão seus estudos sobre as rebeliões juvenis de 1968 e os reflexos daquelas agitações na contemporaneidade.
Sobre 1968 - O ano de 1968 ficou marcado pela explosão juvenil contra as velhas formas de agir em segmentos importantes da sociedade. Eram reivindicações difusas em diferentes países, o que o caracterizou como um movimento de amplitude global.
No Brasil, a pauta inicial foi a reforma do ensino. Em março daquele ano, o assassinato do estudante secundarista Edson Luís ficou marcado como a passagem do movimento estudantil (ME) ao enfrentamento. O embate violento entre a polícia e os estudantes contribuiu para o início da polarização da imprensa frente aos fatos.
Em junho, a adesão da população a “passeata dos cem mil” levou parte dos estudantes a acreditar que a revolução das massas seria viável. Em 2 de outubro, a "guerra da rua Maria Antônia," pautada pelo aumento da repressão, por ataques terroristas e pela ação de organizações paramilitares, leva à redefinição do posicionamento dos militantes. A opção de parte do ME pela militarização toma às ruas em uma luta “armada”. Em 12 de outubro, o 30º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) é cercado pela polícia. As principais lideranças são presas sem resistência.
Assim, a continuidade do processo revolucionário é duramente golpeada. Enquanto isso, a grande imprensa veicula imagem cada vez mais desfavorável aos estudantes ao vinculá-los a “subversivos”. Com as lideranças isoladas, o governo canta vitória. Em dezembro, a decretação do AI-5 confirmará a interdição do movimento de massas. 1968, ao marcar tais eventos, se constituiu como um dos principais paradigmas de manifestações e atos de resistência. Seus aspectos memorialísticos revelam a persistência de uma visão política e democrática de ampla significação no tempo presente.
Expositores:
Profa. Dra. Maria Ribeiro do Valle – Mestre e doutora em Educação pela Unicamp e livre-docente pela Unesp. É docente do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp (FCL), Câmpus de Araraquara. Estuda movimento estudantil, ditadura civil-militar no Brasil, socialismo, liberalismo. É autora de 1968: o diálogo é a violência - movimento estudantil e ditadura militar no Brasil, lançado pela Ed. Unicamp; A violência revolucionária em Hannah Arendt e Herbert Marcuse - Raízes e polarizações, Ed. Unesp; e Tenho algo a dizer: memórias da Unesp na ditadura civil-militar (1964-1985), Ed. Cultura Acadêmica.
Prof. Dr. Pablo Emanuel Romero Almada – Mestre e doutor em Sociologia pela Universidade de Coimbra. Professor do Departamento de Sociologia da Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, Câmpus de Araraquara. É pesquisador do Grupo de Estudos Marxistas (GEMARX) e do Grupo de Estudos de Política da América Latina (GEPAL) da Universidade Estadual de Londrina. Estuda movimentos sociais, precariedade e mundo do trabalho, movimento sindical e movimento estudantil.
Mediadora:
Profa. Dra. Teresa Malatian – Professora Titular em Historiografia da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Unesp, Câmpus de Franca. Realizou estágio de pós-doutorado na Oliveira Lima Library, da Catholic University of America (Washington, DC, USA). É membro do grupo acadêmico Transfopress.
Debate Cedem:
1968: Movimento estudantil e ditadura militar no Brasil
Data e horário: 23/05/2018, 4ª feira, às 18h30;
Local: Praça da Sé, 108 – 1º andar (metrô Sé);
Informações: (11) 3116–1701
Inscrições gratuitas AQUI
Transmissão on-line: https://video.unesp.br/cedem
Informações: eventos@cedem.unesp.br
*Certificado de participação a ser retirado durante evento
Assessoria de Comunicação do CEDEM, da Unesp
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