06/05/2018
Os estudantes de jornalismo fizeram uma visita guiada pelos espaços da Feira. Foto: Ruam Oliveira / OBORÉ
Neste sábado, 5 de maio, os alunos do do 11º curso Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter participaram da cobertura da III Feira Nacional da Reforma Agrária, evento promovido pelo MST (Movimentos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais sem Terra) que acontece de 3 a 6 de maio no Parque da Água Branca, em SP.
Logo pela manhã, os estudantes de jornalismo foram recepcionados por Simone Freire, da assessoria de imprensa do MST, que levou o grupo a uma visita guiada, passando pelos principais ambientes da Feira como o espaço de Culinária da Terra, com opções de alimentação saudável típica de 23 estados brasileiros e do Distrito Federal; a feira de produtos agrícolas e sementes; o espaço literário, onde as editoras Expressão Popular e Boitempo expuseram seus títulos recentes; os auditórios das palestras e conferências; a ala de artesanatos, os espaços dedicados aos shows musicais e atividades culturais como teatro, canto coral, repentistas etc.
"A Feira Nacional da Reforma Agrária é uma forma de dialogar com a população, de desmistificar e mesmo descriminalizar o MST", disse Simone Freire, enfatizando que um dos objetivos da feira é reforçar a importância da preservação da vivência no campo, da alimentação saudável e o cuidado com o uso das sementes.
A Feira reuniu cerca de mil integrantes de assentamentos espalhados pelo Brasil e mais de 350 toneladas de alimentos saudáveis disponíveis para compra.
Sobre a cobertura colaborativa
Como parte das atividades laboratoriais do curso, os estudantes foram estimulados a produzir reportagens radiofônicas sobre o evento para veiculação nas rádios Brasil de Fato e Brasil em Movimento. O grupo recebeu orientação prévia sobre as pautas relevantes do dia da coordenadora Anelize Moreira, jornalista e responsável pela Rádio Brasil de Fato.
Parte da equipe da coordenação do módulo e da equipe da Rádio Brasil de Fato. Foto: Ruam Oliveira / OBORÉ
Recém-inaugurada na última terça-feira, 1º de maio, a webradio conta com programação dedicada ao jornalismo e à música popular brasileira. O Brasil de Fato, jornal editado pelo MST há quinze anos, já oferecia conteúdos radiofônicos para diversas emissoras de cinco estados brasileiros, mas a criação de uma grade de programação na web é o primeiro passo para tentar uma concessão pública e operar em frequência regular com alcance nacional.
Sobre a parceria da rádio para que os estudantes pudessem veicular as entrevistas produzidas durante o evento, a coordenadora destaca que a natureza da Rádio Brasil de Fato é estimular a pluralidade. “A parceria com a OBORÉ e o Projeto Repórter do Futuro tem tudo a ver com a proposta da rádio porque queremos que ela seja ocupada pelo povo, por diversas vozes, sotaques e cores (...) Não adianta termos um formato quadrado e só nosso, pois não seria democrático”, disse a jornalista, que participou de diversos módulos do PRF na época em que era estudante, no início dos anos 2000.
Anelise Moreira conta que a formação prática proporcionada pela OBORÉ e pelo PRF foi de grande valia em sua vida profissional. “A Universidade me deu um diploma, mas foi na OBORÉ que me formei (...) A juventude precisa ocupar o rádio, entender que é outro formato e que existe uma brecha para fazer um jornalismo com matérias especiais, documentários e coisas muito bacanas que não achamos ser possíveis de fazer”
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