As jornalistas da TV Globo, Ana
Paula Padrão e Guta Nascimento, foram as convidadas especiais do encerramento do
II Curso de Informação Sobre Jornalismo em Situações de Conflito Armado,
promovido pelo CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) e pela OBORÉ
Projetos Especiais, como o 9º módulo do Projeto Repórter do Futuro.
Elas falaram de suas
experiências na cobertura de regiões em conflito e pós-conflito armado, como na
recente série produzida para o Jornal Nacional e o Jornal da Globo sobre o
continente africano. Ana Paula e Guta estiveram no Congo, Quênia e Sudão,
registrando o trabalho de ajuda humanitária, reunificação de famílias e difusão
de normas do Direito Internacional Humanitário entre os militares, promovido por
Delegações do CICV nestes locais.
As jornalistas exibiram em vídeo
uma coletânea das principais reportagens feitas por elas na África, na Bósnia e
no Afeganistão. As imagens serviram para ilustrar as histórias e dicas contadas
pela dupla ao estudantes.
A produtora, Guta Nascimento
comentou cada uma das viagens da equipe e exemplificou os momentos em que uma
boa pré-produção pode fazer toda a diferença. "No trabalho de produção
conversamos com jornalistas de outros países que já estiveram no local que
queremos visitar. Pedimos dicas, contatos, fontes, perguntamos se os caminhos
indicados nos mapas ainda existem ou se foram destruídos, por
exemplo".
Ana Paula Padrão diz que o fato
de ser mulher às vezes causa desconfiança nas fontes e colegas de trabalho.
Entretanto, por ser brasileira, acredita ter algumas vantagens no acesso a
lugares e na obtenção de informações. "O Brasil é um país neutro quando se trata
dos conflitos atuais. É conhecido pelo futebol e, a partir daí, se pode começar
uma conversa amistosa com fontes envolvidas no conflito. O mesmo talvez não
acontecesse se eu fosse repórter de um país envolvido em um dos lados da
guerra".
No fim da coletiva, as
jornalistas entregaram os Certificados de conclusão do curso aos estudantes,
acompanhadas pela assessora do representante da Delegação do CICV no Brasil,
Silvia Backes.