10/06/2017
Como exercício de reflexão sobre a profissão do jornalista, o professor Carlos Manuel Chaparro, abordou na manhã deste sábado, 10, em aula na sede da OBORÉ, o panorama do jornalismo e o modo como vem sendo produzido nos últimos anos.
Chaparro utilizou o exemplar do dia de dois dos principais jornais diários do país e chamou a atenção para o conteúdo de suas manchetes. Para ele, as capas dos jornais não representam mais as demandas da sociedade pois são majoritariamente compostas por fatos já conhecidos pelos leitores e, portanto, sem potencial transformador que é característico das notícias.
A materialidade dos fatos é essencial, mas tais fatos precisam ser contados levando em consideração seus significados. “Quem vai escrever precisa entender o que o fato significa”, disse.
O professor destacou que, atualmente, as fontes assumiram papel central no jornalismo e devem ser vistas como geradoras de conteúdo. “Com a revolução tecnológica, o acontecer e o difundir se uniram. A fonte passou a ter papel extremamente significativo na produção de uma notícia”. São esses geradores de conteúdo que farão a diferença no âmbito das notícias, disse o professor.
Não é o jornalista quem vai “mudar o mundo”, mas sim o sujeito social que se apropria da linguagem jornalística. Chaparro considera essa linguagem um “bem público” e entende que o sucesso no jornalismo está na credibilidade que ela transmite.
Manuel Carlos Chaparro, que é jornalista e professor aposentado da Escola de Comunicações e Artes da USP, foi especialmente convidado pelos coordenadores para encerrar, com uma exposição teórica, o 10º curso Descobrir São Paulo, Descobrir-se Repórter. O módulo - promovido pela OBORÉ e Escola do Parlamento da Câmara Municipal de São Paulo - será finalizado no dia 8 de julho, sábado, ocasião na qual os alunos apresentarão suas reportagens finais produzidas na Operação Ponto Final.
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