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16/10/2016
Na última conferência do módulo de Conflitos Armados, repórter compartilha sua experiência na cobertura de guerra
Finalizando o ciclo de conferências de imprensa do curso Repórter do Futuro, módulo Informação sobre Jornalismo em situações de conflitos armados e outras violências, o repórter e apresentador do SBT Marcelo Torres conversou com os estudantes sobre sua experiência como correspondente internacional. O encontro aconteceu no último sábado (15/10) na Matilha Cultural, em São Paulo.
Para dar início ao bate papo, Torres falou um pouco sobre o histórico da cobertura de guerra pelo mundo, começando da Primeira Guerra Mundial, quando as reportagens demoravam meses desde sua produção até serem publicadas e tinham um formato mais literário. O repórter apontou que a chegada da internet acelerou o modo de produzir a reportagem e narrar os fatos ocorridos na guerra, principalmente com o uso de aparelhos móveis e da tecnologia.
Dentre suas viagens para cobrir situações de conflitos, Marcelo Torres citou o caso da Primavera Árabe, onda de manifestações e protestos que ocorreu em 2010 no Norte da África e no Oriente Médio e que foi marcada pelo ativismo nas redes sociais. “A primeira revolução, que foi no Egito, ela só foi possível por causa do Facebook. Eu acho que também, neste caso, as autoridades egípcias não estavam preparadas para esse elemento novo que era as redes sociais”, disse.
O primeiro conflito que cobriu foi a guerra dos EUA contra o Iraque em 2006. Lá ele trabalhou como Jornalista Embedded - termo designado para descrever os repórteres que atuam na cobertura junto com as tropas. “A gente tem a ideia de que vai em um lugar que está acontecendo conflito e todo mundo está escondido em casa ‘ah, meu Deus eu não vou sair’, mas essas pessoas são geralmente paupérrimas, elas têm que trabalhar. Se elas não trabalharem elas vão morrer de fome, entendeu? A vida não para, a vida continua”, contou.
Atualmente Marcelo Torres é apresentador do jornal do SBT e foi correspondente da emissora em Londres. Além dos conflitos no Egito, o repórter fez cobertura na Líbia, no Irã, Afeganistão e Colômbia e ressaltou a importância de correspondentes internacionais espalhados pelo mundo. “Acho que a presença de um correspondente internacional é muito importante. Acho que é uma chance que a gente tem de cobrir um fato com um filtro brasileiro, de uma maneira que faça [sentido para a] realidade da gente e não só com um filtro americano ou europeu”.
Os estudantes do 15º Módulo de Informação sobre Jornalismo em Situação de Conflitos Armados e Outras Violências voltam a se reunir no dia 29 de Outubro, também na Matilha Cultural, para uma reunião de avaliação final do curso, que é feito pela OBORÉ em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
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