A OBORÉ, em parceria com a Abraji, promoveu a cobertura oficial do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado nos últimos dias 2, 3 e 4 de julho. O conteúdo foi confeccionado em uma redação laboratorial com 20 estudantes de jornalismo e 10 editores.
“É uma prática reflexiva para os estudantes. Eles aprendem como fazer uma cobertura, acompanhados por colegas que têm experiência, competência e tino para ensinar, para dividir conhecimento”, diz o jornalista João Paulo Charleaux, que coordenou a cobertura do Congresso deste ano.
Já é a sexta vez que o registro oficial do Congresso da Abraji é feito por estudantes que participam ou participaram do Projeto Repórter do Futuro, curso de extensão universitária oferecido há mais de 20 anos pela Oboré. Além da cobertura do evento, o projeto tem outros módulos temáticos: Descobrir São Paulo, descobrir-se repórter; Descobrir a Amazônia, descobrir-se repórter; Cobertura de conflitos armados; Jornalismo Criminal e Direito de Defesa; Jornalismo e Direitos Humanos.
A produção multimídia da equipe está em um site criado e administrado por eles próprios, e mostra alguns dos destaques do evento, como o painel de Evan Smith, co-fundador do Texas Tribune. Smith lotou o auditório ao falar sobre o modelo sustentável e sem fins lucrativos do veículo. Smith acredita que uma empresa jornalística que pretende ter lucro tende a oferecer uma cobertura menos imparcial, e por isso ele aposta no jornalismo sem fins de lucro.
Outro palestrante que ganhou destaque na cobertura foi o juiz Sergio Moro, que falou sobre a Operação Lava Jato e sua ligação com o jornalismo investigativo. Criando um embate com a postura do juiz, o Congresso trouxe ainda uma mesa com os advogados Fabio Tofic e David T. Azevedo, que criticaram a forma como a delação premiada vem sendo aplicada de forma arbitrária pelo Judiciário brasileiro.
Cercado de um forte esquema de segurança, Laurent Sourisseau, cartunista e diretor editorial do periódico satírico francês Charlie Hebdo, falou sobre os limites da liberdade de expressão, e das dificuldades de ser fazer um conteúdo satírico como o do jornal. Quando questionado se a redação estava otimista para o futuro, Riss respondeu: “Não. É preciso manter aqui uma cara de otimista, mas no fundo não estamos.”
Vencedora de dois Prêmios Pulitzer, a repórter do Washington Post Dana Priest fechou o ciclo de palestras do Congresso. Entre os tópicos de discussão, a jornalista comentou técnicas e procedimentos utilizados em mais de 30 anos de trabalho da publicação norte-americana.
Para conferir o conteúdo completo produzido pela redação do Repórter do Futuro, com textos, fotos e vídeos, acesse www.congresso2015.blogspot.com.br.