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  Reflexão sobre os avanços tecnológicos na medicina marca a primeira Sessão Averroes de 2014
Texto e fotos: João Paulo Brito
  27/02/2014



“Como será o futuro? Seremos mais máquinas, mais humanos ou a mistura de algo que a gente ainda não conhece?”. A indagação é do psiquiatra e escritor Jayme Benarrós e foi dirigida ao público presente na SESSÃO AVERROES de fevereiro, realizada nesta quarta (26), na Cinemateca Brasileira.

Com a exibição do documentário Medicina do Futuro: realidade ou ficção? (assista aqui), da série Caminhos da Reportagem (TV Brasil/EBC – Empresa Brasileira de Comunicação), seguida de Mesa de Reflexão coordenada pelo jornalista Sergio Gomes e com a participação de Benarrós e da diretora da série, Bianca Vasconcellos, a SESSÃO abordou os avanços no uso da tecnologia para fins medicinais, as tendências para o futuro e em quais situações estes procedimentos modernos ainda não foram bem sucedidos.

“A ideia era mostrar a chamada ‘medicina do futuro’, o que ela, de fato, está fazendo e o que há de mais novo no uso da tecnologia para procedimentos médicos aqui no Brasil”, disse Bianca.

Para isso, explica a diretora, o documentário apresenta um panorama dos procedimentos com uso de equipamentos de alta tecnologia disponíveis
público, como no Hospital das Clínicas, e dos serviços limitados à rede hospitalar privada.

“E para fazer o contraponto, pensamos em mostrar aonde mesmo esta medicina altamente tecnológica ainda não consegue chegar, que é o caso do nervo óptico. Foi aí que conversamos com o Jayme”, afirma Bianca, explicando como convidou a participar do documentário Jayme Benarrós, que desde criança possui glaucoma.


“A felicidade do roteiro foi criar este contraponto, pois se no documentário fosse apresentado apenas casos que deram certo, teríamos um problema, pois não iria condizer com a realidade atual da medicina”, argumentou o psiquiatra, ressaltando que mesmo após décadas de tratamento a medicina ainda não encontrou uma solução para reverter sua doença.

Para Benarrós, o documentário provoca uma reflexão sobre o dilema do uso da máquina pelo homem na busca pela competência e pela perfeição. “Existe toda esta ficção em torno da questão das máquinas: será que as máquinas conseguirão desenvolver uma Inteligência? O filme Robocop, que está agora ressurgindo, é interessante neste sentido.”

O encontro também contou com a presença de outro personagem presente no documentário: Beny Schmidt, patologista neuromuscular da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) que desenvolveu uma pesquisa, com apoio da Marinha brasileira, de longevidade e tolerância à variação de temperatura de algumas espécies de pinguins da Antártida para o futuro desenvolvimento de suplementos e medicamentos que poderão influir no prolongamento de vida do ser humano.

O cientista, que se disse contente em poder participar pela primeira vez da SESSÃO AVERROES, teceu elogios à reportagem produzida pela TV Brasil. “Não tenho o hábito de assistir televisão porque considero que atualmente a televisão brasileira imbeciliza a população, porque, infelizmente, a televisão brasileira não é feita de programas como este que realizado pela TV Brasil”, afirmou Schimidt.
 
 
 
   
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